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O Espadachim de Carvão e as Pontes de Puzur

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Lutando para se adaptar ao mundo dos mortais, Adapak se refugia no navio de Sirara, farto de lidar com os segredos do passado. Mas quando um antigo diário cai em suas mãos, o Espadachim de Carvão acaba por mergulhar nos registros de alguém responsável por influenciar não somente sua vida, mas a história de Kurgala – uma menina forçada a acompanhar a jornada de um ladrão desesperado, disposto a violar as regras mais antigas que os Quatro Que São Um deixaram para trás.
Quem foi Puzur? O que procurava? Enquanto viaja pelas páginas do tempo, Adapak desconhece que sua curiosidade está prestes a colocá-lo sob a ameaça de algo que ele mesmo possa ter desencadeado.
Título: O Espadachim de Carvão e as Pontes de Puzur 
Série: O Espadachim de Carvão
Autor: Affonso Solano
Editora: Leya
Número de páginas: 192



Talvez eu deva começar essa postagem com dois alertas: esse livro dificilmente será a sequência que você esperava ver de O Espadachim de Carvão; por fim, ninguém viaja mais rápido que Puzur (essa segunda questão fará apenas adiante). A partir daqui assumo que você já deve estar temeroso (a) e/ou até confuso (a), mas não há motivos para tal. Pode ficar tranquilo (a). Apesar de dar a entender algo diferente, em momento algum disse que a obra da qual trataremos é ruim, apenas que ela está longe de ser o que convencionou-se a encontrar em continuações e séries. Na verdade é justamente isso que garante uma boa surpresa na obra.
O Espadachim de Carvão e as Pontes de Puzur faz mais do que dar continuidade a narrativa que acompanha o jovem herói Adapak. O livro expande o universo criado pelo autor - elemento criativo que já havia sido bem construído e apresentado no volume anterior - de modo conciso e controlado, sem megalomania e absurdas pretensões. Apesar das poucas páginas temos uma grande crescente de desenvolvimento e informação que tornam o cenário mais rico e interessante. Mas antes de entrar nesses detalhes, mergulhemos nas páginas dessa aventura...



Tal qual no primeiro volume da série a narrativa é apresentada de forma não linear. Contudo dessa vez não intercalamos mais entre o passado e presente de um mesmo personagem. Acompanhamos Adapak, nosso herói, após o desfecho do livro anterior e no passado acompanhamos a jornada de Puzur e Laudiara. E dessa forma, intercalando presente e passado, o livro segue até o final. Esse detalhe pode desagradar a quem ache confuso essa alternância, ainda mais pelo fato de Puzur ter mais destaque na história que Adapak, mas a experiência de ler está obra é recompensadora. 
Volto a afirmar o que foi dito na resenha anterior: "Affonso Solano faz um trabalho com muito primor e carinho. Os personagens são muito bem construídos e envolventes, mesmo os coadjuvantes com a menor das participações. Solano mantém sua narrativa, sempre que possível, próxima ao real, mesmo se tratando de um livro de ficção fantástica."
Sobre o cenário nem preciso muito comentar. Se a variedade de culturas e raças sapientes diferentes que habitam Kurgala já nos fazia desejar por mais informações e ilustrações no volume anterior,  esta vontade ficou ainda maior quando temos esse universo expandido. Quem sabe um guia sobre os habitantes daquele mundo, não só das raças como as criaturas que também habitam a fantástica terra dos Quatro Que São Um? O cenário é tão rico quanto a distante galáxia de Star Wars. Já deixei claro, mas é sempre bom ressaltar a riqueza de detalhes e beleza da construção da realidade criada pelo autor.
Apesar de O Espadachim de Carvão e as Pontes de Puzur ser o segundo da série de livros que narra as aventuras de Adapak, futuramente podemos ver mais coisas sobre o universo de Kurgala sem necessariamente estar ligado ao espadachim. Na verdade já vemos essa ideia tomar forma durante todo o livro graças a expansão do cenário, e ser executada com a HQ Crônicas do Espadachim de Carvão - Tamtul e Magano e a ameaça de Rumbaba. Algumas podem achar isso ruim, mas particularmente acho muito bacana essa característica.
Affonso Solano foi feliz na adição de novos elementos e personagens que enriqueceram ainda mais sua obra; e isso feito em uma quantidade menor de páginas é ainda mais digno de nota. Mais uma vez está de parabéns, o desfecho da obra cria uma expectativa enorme, e torço para que os próximos livros sejam ainda melhores. Recomendo à todos a leitura!


O Rei Amarelo em Quadrinhos

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A redescoberta da obra de Robert W. Chambers, autor dos contos sobre a peça de teatro maldita O Rei Amarelo, inspirou essa coletânea com oito histórias em quadrinhos cheias do mais doentio horror em preto, branco e amarelo.
São 164 páginas macabras inspiradas pela leitura do livro amaldiçoado, visões amareladas que forçaram os artistas a realizar histórias originais que destruíssem tudo à sua volta, até eles mesmos.
A organização do álbum enlouqueceu Raphael Fernandes, que aprisionou um time de quadrinistas formado por Pedro Pedrada, Tiago P. Zanetic, LuCAS Chewie, Mauricio R. B. Campos, Péricles Ianuch, Airton Marinho, Marcos Caldas, Erik Avilez, André Freitas, Tiago Rech, Victor Freundt, Rafael Levi, Samuel Bono e Raphael Salimena. Todos enclausurados por uma sinistra capa de João Pirolla.
O Rei Amarelo em Quadrinhos é o terror na sua forma mais bruta, trazendo imagens cativantes e perturbadoras interpretações para a busca por Carcosa. Mas, acima de tudo, é um mergulho em um poço ocre onde a esperança de emergir para a realidade não passa de um sonho em duas cores.

Título: O Rei Amarelo em Quadrinhos
Editora: Draco
Organização: Raphael Fernandes
Número de páginas: 164


Lançado durante o 9º FIQ - Festival Internacional de Quadrinhos, em Novembro de 2015, O Rei Amarelo em Quadrinhos se inspira na mitologia amarela do clássico de horror de Robert W. Chambers, O Rei de Amarelo, para compor novas histórias com alguns dos elementos mais sombrios e perturbadores da obra original.
Composta por um time de 14 roteiristas e artistas, a coletânea conta com 8 histórias que variam no tom e no estilo, tendo como elemento de coesão a inquietante presença amarela, tanto do livro amarelo com sua peça maldita que corrompe e destrói a vida e a mente de quem se dispõem a lê-lo quanto os elementos míticos e místicos dela tais como Carcosa, Hastur, Cassilda, Istar e o próprio Rei de Amarelo.
Já falei sobre O Rei de Amarelo e de sua influência na literatura de horror ao longo dos mais de 120 anos da data de sua publicação original em 1895 na resenha do livro. Esta HQ perpetua e expande o universo ficcional de Chambers para outras fronteiras aumentando ainda mais o fascínio macabro que a cor maldita é capaz de exercer no leitor e comprova a alta qualidade e o cuidado da Draco com as suas publicações de quadrinhos. Não vou comentar cada história como fiz com o livro mas quero citar três das minhas favoritas:
“Fantasmas na Máquina” com roteiro e arte de Pedro Pedrada traz os elementos do horror amarelo para um cenário atual com redes sociais bem como uma crítica contundente ao nosso comportamento, expondo a maneira com que encaramos o medo e a loucura hoje. Nela uma mulher recebe o livro amaldiçoado por engano numa compra online e assim que o lê recebe um convite para participar de uma nova rede social. Não preciso dizer que a sua vida nunca mais será a mesma… É apenas a primeira história da antologia e posso dizer que o impacto e o baque que ela causa no leitor já faz a HQ se pagar.
“A Rainha de Amarelo” conta com a ilustre presença do escritor e poeta Edgar Allan Poe como um personagem. Num cenário vitoriano ela ele tem contato com a peça fictícia e fica obcecado com a mística por detrás dela. A presença de uma autômato e de vários dos elementos da peça nos quadrinhos me chamaram muito a atenção, bem como a arte de Péricles Ianuch, uma das minhas favorita da coletânea. O roteiro de Maurício R. B. Campos é instigante e é bem fiel ao clima dos contos de Chambers.
“Medíocre” com arte e roteiro de Raphael Salimena é a história que encerra a coletânea e traz um crítico literário que considera o tão afamado O Rei de Amarelo como algo… medíocre, não vendo nada demais na peça e que valesse ser cultuado como alta literatura. Inconformando-se com o quanto ela é elogiada e consumida, ele indigna-se cada vez mais com a sua popularidade. A.virada vem com uma grande epifania que nos faz refletir sobre o quanto da ficção e da loucura da peça não são realmente ficção. A loucura pode não estar no livro mas em nós mesmos.
Além das excelentes histórias o álbum também chama a atenção pelo seu projeto gráfico incomum. Todas as histórias foram compostas em duotone e as únicas cores presentes nele são o preto e branco e o amarelo o que além de criar uma estética peculiar contribui para a imersão no simbolismo desta cor. As páginas internas em couche são de ótima qualidade e a capa ilustrada por João Pirolla me fez cobiçá-lo tão logo vi a notícia de seu lançamento. Há pequenos erros de revisão em alguns balões mas nada que prejudique a experiência de leitura.

Além de nos divertir e entreter também é papel da literatura (e dos quadrinhos, por que não?) nos tirar da nossa zona de conforto e nos causar reações. Isto tanto o livro quanto a HQ fazem com louros. O Rei Amarelo em Quadrinhos é uma ótima pedida para os fãs de literatura de terror e horror e de quadrinhos mais sombrios e com temáticas adultas. Suas histórias perturbadoras e viscerais e seu clima claustrofóbico e apavorante despertaram imediatamente minha curiosidade pelo clássico livro de Chambers cuja leitura, confesso, eu postergava já há um bom tempo. As histórias narradas aqui são ainda mais ousadas em suas premissas do que as do livro e me fisgaram completamente. Recomendo demais!



Social Comics

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O mercado editorial de quadrinhos tem crescido bastante nos últimos anos. Diversas são as editoras que aos poucos estão abraçando produtores nacionais e internacionais, e os quadrinhos independentes a cada dia estão buscando novos meios para mostrar-se ao público. Contudo temos que considerar que apesar desse investimento a distribuição sempre foi um problema, principalmente para os menores; encontrar títulos independentes fora das feiras especializadas é relativamente difícil e com isso deixamos de conhecer diversas obras bacanas.
Uma solução para essa questão talvez ainda esteja distante (ou não, quem sabe), mas existe uma alternativa bastante interessante e acessível para editoras, autores e leitores: o Social Comics.
Desde Agosto de 2015 os leitores de todo o Brasil podem assinar o Social Comics, plataforma de streaming de Quadrinhos, com um conceito similar à Netflix, que disponibiliza mais de mil histórias em quadrinhos no formato digital. 
O serviço custa R$ 19,99 por mês, e está disponível na versão web, e através de aplicativos para tablets e/ou smartphone Android e iOS. Os novos assinantes podem experimentar a plataforma por 14 dias, gratuitamente, e a assinatura oferece acesso ilimitado a todo o conteúdo disponível. Acho bom deixar claro um ponto importante e que assusta alguns: mesmo para testar o serviço é preciso cadastrar um cartão de credito, assim como no Netflix, mas não se preocupem é possível cancelar a assinatura posteriormente de forma fácil pelo próprio aplicativo.
Recentemente recebi do Catarse- por apoiar financeiramente o financiamento de quadrinhos nacionais - um desconto de três meses (olha aí fazer bem compensando) e resolvi testar o serviço. Aqui devo dizer a vocês que a experiência foi extramente positiva - não atoa estou divulgando aqui e a Hall-e também o fez durante o episódio de estreia do podcast do Multiverso X (ouve lá) - e vou abordar os porquês. 
Antes de mais nada, temos que ir ao ponto que interessa: o Social Comics tem um acervo vasto, em constante expansão, que faz valer a quantia cobrada. Quem tem o costume de comprar quadrinhos e encadernados sabe que irá gastar em uma edição lançada por editoras grandes - mesmo em formato digital - uma quantia maior que os R$ 19,90; mesmo que fique apenas durante um mês no serviço poderá desfrutar de quantos títulos conseguir.
O leitor deve levar em consideração também que ele não encontrará, ao menos não por enquanto, os quadrinhos mais vendidos nas bancas brasileiras (grande parte dos mangás, quadrinhos da Marvel, DC e Mauricio de Sousa, etç). Contudo, o serviço possui  exemplares das maiores editoras do gênero do país, como a Devir, a JBC, a HQM (que tem os direitos da editora Valiant no Brasil), a Mythos (com títulos da Editora 2000 Ad), Editora Nemo (do Grupo Editorial Autêntica), Editora Draco e a revista Mundo dos Super-Heróis. Colocando na balança isso ainda é uma grande vantagem.
Além dessa vantagem visível, é bom prestar atenção na imensa quantidade de obras já publicadas e outras inéditas de autores independentes (algumas até premiadas). Aqui se forma uma excelente oportunidade para “arriscar” sem nenhum custo adicional conhecer um novo título ou um novo autor. E isso é benéfico para ambos os lados!
Para aquele que ainda está travado no pensamento "prefiro o formato físico é mais legal" tenho também uma utilidade para o Social Comics: selecionar os títulos da sua coleção. Você não precisa consumir apenas através da ferramenta, mas pode utilizá-la para conhecer as obras e comprar em exemplar físico apenas as que mais te agradarem! Simples e eficiente. :)
Em resumo: você não sai perdendo NADA por testar pelo menos os 14 dias grátis oferecidos pelo serviço e tem muito a ganhar ao continuar assinante. Pode apostar nisso!
O serviço tem tudo para ser benéfico para os leitores, e também autores e editoras que abraçarem a ideia. Ainda mais depois do investimento de 2 milhões do Grupo Omelete, que pretende em algum tempo tornar o serviço internacional. Se agora já temos a chance de descobrir e apreciar muitos títulos que dificilmente teríamos contato devido a alguma limitação - seja do autor independente ou falta de atenção devida por parte de editoras - imagina quando a coisa crescer ainda mais...



Financiamento Coletivo: Tiny Little Bastards

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Titulo: Tiny Little Bastards
Produtora: Overlord Game Studio
Criação: João Requião, Yan Magalhães, Davi Lisboa, Marcelo Ribeiro, André Colares, Bernardo Castro, Lucas Giangiarulo, Luan Luminato
Tipo: 
Action RPG de Plataforma 2D


O mercado de jogos digitais no Brasil está em expansão e cada dia surgem surpresas bacanas como Tiny Little Bastards, um Action RPG de Plataforma 2D sobre três irmãos vikings em um mundo caótico sem cerveja!
O jogo produzido pelo Overlord Game Studio será lançado para PS4, Xbox One, Windows, Mac e Linux, mas para isso precisa do seu apoio para ser financiado. Então vamos conhecer o projeto!

Tiny Little Bastards é um Action RPG de plataforma em 2D que conta uma história única do amor de três irmãos por suas cervejas.
Surpreendidos por irritantes Goblins que saqueiam a sua taverna, Ivarr, Helga e Ubba agora precisam empunhar suas armas e recuperar sua cerveja roubada, viajando por um mundo assolado pela seca de cerveja causada pelos pequenos bastardos
O jogador poderá escolher entre um dos três irmãos e explorar um mundo bizarro, repleto de desafios e armadilhas e dominado por goblins, atravessando calabouços dentro de abóboras gigantes, viajando até a lua e interagindo com os mais incomuns aliados!
Pelas jornadas por Bjorfold, diversos personagens carismáticos irão entrar em seu caminho, tanto para ajudar como atrapalhar as jornadas dos irmãos em busca da verdade - encontre sábias vacas, espantalhos possuídos e ovelhas voadoras. Muitos deles interagirão com o jogador por meio de quests e diálogos.



A jogabilidade de Tiny Little Bastards une elementos de jogos de plataforma com a profundidade de customização de ARPGs, incluindo Dungeons, sistemas Talento e Crafting, manipulação de estatísticas por diversas maneiras, além de se pautar em processo de escolha de diálogos que pode alterar o rumo da história.
Ivarr, Helga e Ubba utilizam da pouca cerveja que encontram em suas jornadas para lançar habilidades poderosas, todas customizáveis através do sistema de talentos: Ivarr pode causar terremotos e furiosos arrotos, Helga se baseia em seu escudo para se proteger e contra-atacar oponentes enquanto Ubba usa seu arco e flecha para acertar inimigos a distância e armadilhas para controlar os campos de batalha.
Um bom timing, gerenciamento de recursos, conhecimento de padrões dos inimigos e escolhas inteligentes para construção de personagem são o que fazem o combate de Tiny Little Bastards divertido mas perigoso!
Por meio de diversos NPCs espalhados pelo mundo e combinando pés de goblin, tortas estragadas, moscas-sapo, entre outros ingredientes, o jogador pode criar poções, gemas ou bugigangas estranhas que geram os mais variados resultados. 
Gemas podem ser equipadas para afetar atributos básicos como fazerem pianos cairem do céu sobre seus oponentes! Diferentes receitas poderão ser encontradas pelo mundo, algumas escondidas e outras apenas descobertas por meio de experimentação e sorte!

Para quem não conhece, o funcionamento de um financiamento coletivo é simples: Os objetivos são esclarecidos na página da campanha e as recompensas são apresentadas, o apoiador escolhe entre as possibilidades com quanto irá contribuir já sabendo qual será a sua recompensa. Quando a meta não é alcançada o dinheiro é devolvido, e em algumas campanhas quando o valor estipulado, é ultrapassado metas extras que bonificam aqueles que contribuíram (não necessariamente todos, isso varia de recompensa para recompensa e de campanha para campanha).
O projeto do jogo Tiny Little Bastards já está em financiamento coletivo pelo Catarse (https://www.catarse.me/tiny_little_bastards), para arrecadar através dos apoios dos gamers e entusiastas, a meta de 30 mil reais. A campanha será do tipo 'tudo ou nada', ou seja, se durante os 2 meses de campanha o valor total for atingido, o jogo irá para a produção e todos os apoiadores receberão suas recompensas. Caso a meta não seja atingida, todos recebem de volta o valor investido.
A campanha vai disponibilizar tipos diferentes de apoios, com valores diferenciados, para atender a todos os interessados. Por exemplo, para quem quiser apoiar o projeto e receber uma cópia digital do jogo deverá investir apenas R$ 15,00. Ainda serão disponibilizados conteúdos extras, como trilha sonoro, camisetas, posters, e outros. 
Não esqueça de conferir a página do projeto para descubrir mais informações sobre o jogo: quais exatamente são as recompensas, detalhes sobre como jogar, quais são os extras, os recursos adicionais, etc.
Apoie, divulgue e prepare-se para recuperar a sagrada cerveja dos irmãos taberneiros!


Sentimentos à Flor da Pele

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                                                                                                                                                                                                                                                                                             Acostumados a discutir literatura, 10 podcasters literários – dos programas 30:MIN, CabulosoCast, LivroCast, LiterárioCast e Drone Saltitante – tiveram de escolher sentimentos e transformá-los em personagens dominantes de seus contos. O resultado é um livro pequeno, mas como dito em uma frase de Sandman: “Algumas coisas são grandes demais para serem vistas. Algumas emoções enormes demais para serem sentidas.”                                                                                                                                                                                                                                                                                           
Título: Sentimentos à Flor da Pele
Editora: Independente (Financiamento Coletivo)
Autor: Anna Schermak, Andrey Lehnemann, Cecilia Garcia Marcon, Domenica Mendes, Igor Rodrigues, Jefferson Figueiredo, Lucas Rafael Ferraz, Marcelo Zaniolo, Mateus Lins e Vilto Reis.
Número de páginas: 132


Viabilizada por meio de financiamento coletivo no Catarse em dezembro de 2015 a antologia Sentimentos à Flor da Pele é um projeto colaborativo e independente que reúne dez contos escritos por podcasters literários brasileiros. Inspirados pelos Perpétuos de Neil Gaiman, eles partiram do princípio de contar histórias em que sentimentos diversos tomam formas, são pessoas ou assumem personalidade. Mas não espere pelos sentimentos mais óbvios e tampouco por histórias leves e despretensiosas.
Vou comentar brevemente minhas impressões sobre os contos, mas não vou citar os sentimentos escolhidos pelos autores, já que uma das brincadeiras da antologia é tentar descobrí-los enquanto lê, e nem contar muito sobre os plots pois os contos são bem curtos e isso pode estragar a surpresa de quem ainda vai ler:
Aquele Terno e Aquele Maldito Gato, de Anna Schermak (ex-participante do LiterárioCast): possui bons momentos e lida com um tema denso: o tráfico de mulheres. Achei que careceu de um desenvolvimento melhor para gerar empatia e trabalhar alguns conceitos que ficaram perdidos ao final da leitura, como o próprio homem de terno com um gato referido no título é os conselhos rememorados pela protagonista.
O Bosque Da Depressão, por Andrey Lehnemann (participante do LivroCast): tem uma pegada perturbadora, inquietante e aflitiva que me fez gostar instantaneamente do conto, além de ser muito bem escrito, cadenciado e transmitir bem o sentimento escolhido pelo autor. Sem dúvidas o melhor conto da antologia.
Existe Amor Na Rua Paiquerê, por Cecilia Garcia Marcon (participante do 30:MIN): este te fisga pela construção da história, que vai numa crescente até o final surpreendente e também está entre os meus favoritos da antologia. Fala de um amor platônico e está longe de ser piegas.
Mais Uma Bomba Caiu No Meu Jardim, por Domenica Mendes (participante do CabulosoCast): traz uma temática de guerra e distopia. O sentimento personificado na figura da mãe não poderia ser melhor trabalhado. Tarde demais! Terminei de ler chocado e não acreditando que aquilo pudesse estar acontecendo. Também ficou entre os favoritos.
Sua Herança, por Igor Rodrigues (host do Drone Saltitante): te deixa curioso logo no início ao apresentar duas mulheres conversando sobre traição num bar e dá uma baita guinada no final. É um dos que merecia mais espaço pois achei o final um tanto quanto corrido.
O Grande Duelo, por Jefferson Figueiredo (participante do 30:MIN): o título já diz tudo, é um grande acerto de contas entre dois personagens. Bebe bastante da atmosfera dos filmes de faroeste além de possuir uma das melhores frases de abertura de todo o livro: “Enquanto tomava café, decidi que iria matá-lo.”, simples assim.
N. A.(Nostálgicos Anônimos) por Lucas Rafael Ferraz (participante do CabulosoCast): curioso como um sentimento tido como aprazível pode ser encarado como a pior das doenças. Traz um ótimo conceito que talvez poderia render algo muito maior que um conto.
Onde Não Deveria Estar, por Marcelo F. Zaniolo (host do LivroCast): foi o conto que mais se aproximou da proposta de personificação de um sentimento nos moldes dos Perpétuos. Apesar do pouco espaço, o autor conseguiu caracterizar bem os personagens principais bem como inserir elementos narrativos bem criativos e divertidos para tratar do conflito entre eles.
Ratos Em Sangue, por Mateus Lins (participante do LiterárioCast): é um dos contos mais pesados do livro trazendo uma atmosfera dramática e melancólica num cenário marcado pela guerra e aquilo que de pior ela pode trazer.
Peixe Fora d’Água, por Vilto Reis (host do 30:MIN): aborda o fanatismo religioso e o autoritarismo num conflito familiar entre pai e filho. Possui uma boa construção e um final aberto cuja interpretação mais óbvia já é por si só bem impactante.
A edição física é em formato pocket, com abas e papel pólen e possui uma diagramação interna esmerada e funcional. Não notei erros de revisão durante a leitura. O layout da capa diz pouco sobre os contos e as suas propostas, mas acho que o maior defeito tenha sido o tamanho do livro, pois senti que alguns dos contos se restringiram demais para caber no curto espaço disponível e não se aprofundavam como poderiam em suas premissas.
Alguns dos contos fugiram da proposta inicial da antologia ao não apresentar a personificação do sentimento escolhido, mas no saldo final considero a leitura positiva. Boa parte deles apresentaram histórias fortes, fazendo jus ao título da antologia e me surpreendi muito durante a leitura. Em alguns também é possível notar traços dos gostos literários e preferências de cada autor que já conhecemos previamente das suas opiniões expressas nos respectivos programas que participam.
Como um primeiro trabalho conjunto da podosfera literária a antologia é muito bem vinda, propiciando, além de um bom entretenimento, uma amostra da qualidade literária de pessoas que até então apenas ouvíamos. Fica agora a expectativa para ler contos de podcasters que não participaram e por uma segunda edição. “Sentimento à Flor da Pele” pode ser adquirido em versão ebook na Amazon ou impressa diretamente com os autores.


Mares de Sangue

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Após uma batalha brutal no submundo do crime, o golpista Locke Lamora e seu fiel companheiro, Jean Tannen, fogem de sua cidade natal e desembarcam na exótica Tal Verrar para se recuperar das perdas e feridas. Porém, mesmo no extremo ocidental da civilização, não conseguem descansar por muito tempo e logo estão de volta ao que fazem de melhor: roubar dos ricos e embolsar o dinheiro.
Desta vez, eles têm como alvo o maior dos prêmios, a Agulha do Pecado, a mais exclusiva casa de jogos do mundo, onde a regra de ouro é punir com a morte qualquer um que tente trapacear. É o tipo de desafio a que Locke não consegue resistir... só que o crime perfeito terá que esperar.
Antigos rivais dos Nobres Vigaristas revelam o plano a Stragos, o ambicioso líder militar verrari, que resolve manipulá-los em favor de seus próprios interesses. Em pouco tempo, a dupla se vê envolvida com o mundo da pirataria, um trabalho inusitado para ladrões que mal sabem diferenciar a proa da popa de um navio.
Em Mares de sangue, Locke e Jean terão que se mostrar malabaristas de mentiras, enganando todos ao seu redor sem a mínima falha, para que consigam sair vivos. Mas até mesmo isso pode não ser o bastante...
Título: Mares de Sangue
Série: Nobres Vigaristas - Vol. 2
Autor: Scott Lynch
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 514


Quando um livro te captura e te entrega não apenas diversão, mas uma enorme qualidade, é quase uma certeza que se houver uma sequência - que faça sentido, afinal ninguém merece caça-níquéis baratos - você irá atrás dela. As vezes isso acontece e você só tem a opção de esperar o lançamento do desejado volume daquela série. Uma triste angustia...
Ainda bem que quando adentrei nesse novo mundo a Editora Arqueiro já havia lançado três volumes da série. :) Até que precise esperar pelo quarto volume já me satisfiz desbravando com prazer as desventuras dos Nobre Vigaristas.
E tão boa quanto a de As Mentiras de Locke Lamora, foi a leitura de Mares de Sangue...
Após o desenrolar dos eventos narrados no primeiro volume da série, os Nobres Vigaristas Locke Lamora e Jean Tannen deixam Camorr para trás na esperança reconstruir suas vidas em Tal Verrar, no extremo ocidente. Abalados pelas perdas, os servos fieis do Treze Sem Nome, precisam deixar o descanso de lado, reencontrar sua vocação para o crime e fazer o aquilo que fazem de melhor: roubar dos ricos e embolsar o dinheiro.
Em meio a execução de um arriscado golpe no grande "cassino" Agulha do Pecado, onde a regra de ouro é punir com a morte qualquer um que tente trapacear, antigos inimigos voltam para tornar as coisas mais difíceis. Para ser sincero: muito mais difíceis.
Conhecendo o segredo de Locke e Jean graças ao auxílio dos vingativos Magos-Servidores, Maxilan Stragos - o Arconte de Tal Verrar - resolve manipulá-los e forçá-los a trabalhar em favor de seus próprios interesses. O líder militar verrari precisa que os Nobre Vigaristas se lancem ao mar para convencer piratas a atacarem os portos do reino para assim no comando de sua marinha, tornar-se herói e recuperar sua autoridade diminuída pelos tempos de paz.
Locke e Jean precisam a todo o tempo usar suas mentes e habilidades para encontrar uma forma de libertar-se do domínio do Arconte, sobreviver a jornada em meio aos piratas e voltar para finalizar seu audacioso plano na Agulha do Pecado. E por fim, talvez apenas isso não seja o bastante. Será preciso ir além...
Em Mares de Sangue, Scott Lynch nos trás de volta os seus Nobres Vigaristas, mantendo sua já apresentada agradável e fluida narrativa em terceira pessoa e seus interlúdios informativos. Apesar de estar em plena expansão de seu cenário, o ritmo imposto pelo autor permanece ágil apesar da grande quantidade de informações que passa a cada página, tornando a leitura agradável. A linguagem utilizada pelo Lynch permanece também simples e de fácil entendimento, e embora graças ao descostume com os jargões navais fiquemos confusos em alguns momentos não chega a atrapalhar bom andamento da leitura.
A tão elogiada construção do cenário elogiada na resenha do volume anterior se torna ainda mais digna de nota. Deixamos os ares itálicos que permeavam Camorr e seus canais, e somos levados a conhecer mais a fundo culturas apenas citadas em As Mentiras de Locke Lamora. Mais especificamente Tal Verrar e suas proximidades, e também os mistérios que rondam as ilhas piratas dos Ventos Fantasmas. Com cada vez mais cor e graça, o cenário se mostra ainda mais rico e envolvente; não é só repleto de informação para dar grandeza, é repleto de informação para que os detalhes lhe convençam que por mais diferente que aquela realidade lhe pareça, ainda sim seja plenamente palpável. Das vestes a cultura popular com suas datas, festejos e cultos, das regras e leis aos tratados não escritos, cada elemento te encaminha para uma imersão profunda e encantadora.
Lynch a brincar de surpreender o leitor com seus plots, tramas e sub-tramas, e cada informação dada no avançar das páginas pode ser útil para compreensão dos fatos em algum momento. É bom prestar atenção nisso. Sendo assim não podemos esquecer de um elemento decisivo para que fiquemos grudados nas páginas do livro: as personagens. Lamora e Tannen voltam a nos conquistar com sua lealdade, seus golpes bem arquitetados, e com uma inocência que os coloca várias vezes em risco. A amizade da dupla é testada em diferente momentos da trama e você teme pelo pior. Conhecemos também coadjuvantes intrigantes como Requin, o proprietário da Agulha do Pecado, e sua esposa e segurança Selendri, outros ocultos como Merrane e  outros nem tanto como o Arconte Stragos. É claro temos aqueles que além de ter uma grande importância na trama te ganham pela postura e carisma como a capitã Zamira Drakasha e a tenente Ezri Delmastro. Ambas são mulheres independentes que por nada no mundo abririam mão do controle de suas próprias vidas e do que conseguiram no mar.
Mares de Sangue é uma história com aventura, romance, amizade em uma corrida contra o tempo para os protagonistas, mas também com aquela riqueza de detalhes que agrada aqueles como eu. A cada etapa ouso dizer que a série Nobres Vigaristas se torna mais instigante e apaixonantes, e se começada duvido muito que tenha vontade de parar. Concordo plenamente, dessa vez com as palavras da Locus Magazine ao dizer que: "Nenhum crítico pode deixar de admitir as qualidades inesgotáveis de Lynch: sua inventividade, sua audaciosa construção de mundos, sua caracterização cativante."

Brigada Ligeira Estelar na Social Comics

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Talvez alguns de vocês ainda não conheçam, mas os leitores mais antigos do Multiverso X muito já leram sobre o cenário de RPG nacional Brigada Ligeira Estelar criado pelo Alexandre Lancaster e ambientado no sistema 3D&T Alpha. O clima das aventuras espaciais e robôs gigantes que muito remetem às clássicas animações japonesas, as disputas de capa e espada, as intrigas palacianas entre os aristocratas, as ameças galáticas e os romances proibidos na corte e abaixo dela. Todos esses elementos sempre despertaram interesse em desbravar a Constelação do Sabre e além, mesmo entre aqueles que nunca na vida jogaram RPG.
A cada novidade sobre o cenário, cada vez mais a vontade de entrar naquele mundo ficava evidente. Nos comentários - aqui no blog e fora dele - muitos pediam por produtos que expandissem o universo de Brigada Ligeira Estelar. É claro, isso já estava nos planos do autor, mas provavelmente duvido que mesmo sabendo/esperando isso você estivesse pronto para algo assim: Brigada Ligeira Estelar não vai estrear com apenas uma série em quadrinhos, mas com cinco delas: Batalha dos Três Mundos, Shadrach e Esquadrão Trunfo, e as duas novas séries (cujos nomes serão liberados) serão anunciados em breve.
Pois é! As séries de Brigada Ligeira Estelar serão divididas em capítulos curtos e publicados semanalmente de forma alternada - as séries serão mensais, mas toda semana haverá um capítulo de uma dessas séries no Social Comics -  e futuramente serão publicadas em compilação pela Jambô EditoraOu seja: se você não gosta de quadrinhos de digitais terá que esperar um pouco, mas NINGUÉM ficará de mãos abanando!
E agora vamos ao que interessa: eis suas sinopses e responsáveis pelas três séries já anunciadas!


BATALHA DOS TRÊS MUNDOS — Arte de Israel de Oliveira

Os oficiais Bento Marabá e Háteras (um cão geneticamente modificado) embarcam na Belonave Almirante Calaveira — a nave com a pior reputação entre a Marinha Estelar Imperial, comandada pela igualmente mal-afamada Capitã Monte Castelo. Mas uma simples missão de caça a piratas espaciais revela segredos atrás de segredos, e o que está para ser revelado mudará para sempre a face da Constelação do Sabre.


ESQUADRÃO TRUNFO — Arte de Eudetenis

A princesa-regente do planeta Forte Martim precisa de um esquadrão de pilotos de elite para missões especiais contra as milícias que querem apeá-la do poder. Infelizmente, caso ela desvie ases de primeira linha da frente de combate em meio a uma guerra, seus inimigos políticos se aproveitarão disso. Só resta escolher um time composto não pelos melhores, mas pelos mais… inusitados — e essa unidade será conhecida como o Esquadrão Trunfo!


SHADRACH — Arte de Altair Messias

Seu nome é Hananiah Shadrach. Ex-militar. Caçador de tesouros e recompensas. Dono de uma reputação conhecida e temida. Um homem que trabalha ou por um preço ou pela perspectiva de ganhos, em meio às estrelas da Constelação do Sabre. Por mais que vá negar, e ele o fará, Shadrach carrega um grande senso de justiça… e uma vez que ele escolha seu alvo, ele irá até os mais longos confins do espaço até encontrá-lo!

Confessa: você também ficou com vontade de acompanhar essas histórias, não é? Eu garanto que estou e em breve prometo trazer resenha de todas as três séries, informações sobre as duas restantes e um aviso sobre quando estarão disponíveis.

Pílulas Azuis

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Nesta narrativa gráfica pessoal e de rara pureza, por meio de um roteiro simples e de temas universais (o amor, a morte), Frederik Peeters conta sobre seu encontro e sua história com Cati, envolvendo o vírus ignóbil que entra em cena e muda tudo, e todas as emoções contraditórias que ele tem de aprender a gerenciar: amor, raiva, compaixão. Pílulas azuis nos permite acompanhar, sem nenhum vestígio de sentimentalismo, através de um prisma raramente (senão nunca) abordado, o cotidiano de uma relação cingida pelo HIV, sem deixar de lançar algumas verdades duras e surpreendentes sobre o assunto. Apesar da seriedade do tema, Pílulas azuis é uma obra cheia de leveza e humor. Não é à toa que é considerada por muitos a obra-prima de Frederik Peeters. Uma das mais belas histórias de amor já publicadas.
Título: Pílulas Azuis
Autor: Frederik Peeters
Editora: Nemo
Número de Páginas: 208


Conheci e passei a admirar o trabalho do quadrinista suíço Frederik Peeters através de sua aclamada série Aâma que mescla magistralmente ficção científica, suspense e humor adulto. Assim, quando soube que mais uma de suas obras chegaria ao Brasil,em meados de 2015 e também pela editora Nemo, já sabia que ia adquirir e ler ansiosamente e tal aposta e avidez não poderiam ter sido mais certeiras e recompensadoras. Outra vez Peeters superou todas as minhas expectativas!
Pílulas Azuis é um registro autobiográfico em quadrinhos. De início ela abarca uma curta parte da vida de Fred (como o autor é chamado na HQ), a partir do final de sua adolescência, quando em meados dos anos 90 conhece Cati numa festa na casa de um amigo e a história segue até os dias de hoje. Depois daquela festa e após algumas idas e vindas, ele e Cati começam a namorar e a guinada vem quando Cati, se sentindo segura o suficiente de seus sentimentos e do relacionamento com ele, revela que é soropositiva e que seu filho (fruto dum casamento anterior) por tabela também é. Fred a ama e está disposto a assumir o relacionamento incondicionalmente. Após cerca de um ano de relacionamento Cati insiste para que Fred conte para seus pais sobre a sua doença e relutando em fazê-lo é que ele tem a ideia de escrever a presente HQ.
De forma muito sensível nos é contado um pouco do cotidiano deles com todas as dúvidas, incertezas e assombrações advindas da presença do vírus, mas sem deixar de lado os aspectos universais que permeiam todo e qualquer relacionamento e nem os momentos felizes de cumplicidade, superação e amor pleno. Embora trate de um tema sério e até espinhoso, a HQ é conduzida com leveza, naturalidade e até um certo humor. Algo que eu só acho que tenha sido possível por ser o próprio Peeters com sua experiência de vida quem nos conta a sua história, diretamente e sem intermediários. Em dado momento a doença passa a ser vista não como um grande monstro a ser enfrentado mas sim como mais um dos vários problemas pelos quais qualquer casal em um relacionamento terá de lidar.
Infelizmente informações errôneas, fruto de senso comum e sem uma maior análise crítica de nossa parte podem nos levar ao erro e ao preconceito. As informações acerca do vírus, do tratamento e do relacionamento mostrados aqui são precisas e valiosas e vi muito do que eu achava saber sobre a Aids ser desconstruído pouco a pouco enquanto lia. Não existem empecilhos que impeçam portadores do vírus de viver uma vida plena e normal. Uma obra como esta cumpre um papel e presta um serviço de suma importância e relevância para a sociedade mesmo que a sua intenção não seja essa a princípio.
As ilustrações possuem um traço mais simples e cartunesco e só se aproximam das linhas mais realistas de Aâma em suas páginas finais criando o efeito de passagem de tempo desejado no epílogo. Chama a atenção a fluidez dos quadros e a capacidade do artista de imprimir em imagens tão simples todas as sensações e emoções implícitas naquelas cenas compondo um enredo vivo, envolvente e tocante. Pílulas Azuis é o perfeito exemplo do conceito de arte sequencial tal e qual concebido por Will Eisner em seu livro Quadrinhos e Arte Sequencial ou seja a modalidade artística que usa o encadeamento de imagens em sequência para contar uma história graficamente. Algo básico, mas que nem todas as HQs conseguem fazer de forma tão satisfatória.
A edição da Nemo é em brochura com capa cartão e papel off-set e conta com tradução de Fernando Scheibe e vale mencionar também o trabalho de letreiramento de Guilherme Fagundes que casa perfeitamente com a arte original.
Ouso dizer que Pílulas Azuis logo logo figurará em listas de melhores quadrinhos ao lado de grandes e conhecidos figurões, tais como Retalhos, Persépolis e Maus. Ela cumpre o papel de entreter e informar e vai além ao elucidar e desconstruir mitos e preconceitos de senso comum com relação a vida dos portadores do vírus enquanto nos brida com uma belíssima história de amor. Não era para ser assim mas às vezes precisamos de um gatilho que nos faça parar e pensar e ver como nossos valores e atitudes podem estar completamente equivocados. Quando uma obra é capaz de te tocar e mudar de uma forma tão positiva, nem que seja um pouquinho, ela já é digna de nota. Neste quesito, Pílulas Azuis de Frederik Peeters vai ainda além sendo duma preciosidade e relevância que apenas muito raramente temos a oportunidade de ler. Indispensável!


Audioverso: Metric

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Que o universo da música é tão apaixonante quanto o da literatura, o cinema e as artes ilustradas não há dúvidas! Portanto ele também merece seu espaço aqui no Multiverso X. A seção Audioverso é onde buscamos apresentar novos artistas e bandas, dando um pequeno aperitivo daquilo que de melhor eles têm a oferecer, bem como valorizar a sua arte e contribuir para o seu reconhecimento ao indicá-los para um novo público.
Hoje falaremos de Metric, uma banda canadense formada em 1998 em Toronto por Emily Haines (vocal e sintetizador), James "Jimmy" Shaw (guitarra, vocal e teremim) Josh Winstead (baixo) e Joules Scott-Key (bateria) e cujas músicas ecléticas englobam e se aventuram em elementos de synth pop, new wave, dance-rock, e música eletrônica.
O estilo musical da Metric é constantemente descrito como indie rock e os sons gerados por sintetizadores são proeminentes em suas canções. O som e o estilo musical da banda evoluíram e mudaram ao longo dos anos, partindo do downtempo em seus primeiros EPs e do álbum “Grow Up and Blow Away” (2001), para o new wave em “Old World Underground, Where Are You Now?” (2003), seguido do hard rock de “Live It Out” (2005) e do indie rock de “Fantasies” (2008) e finalmente para as batidas eletrônicas de Synthetica (2012). Algumas de suas músicas (como "IOU", "Succexy", "Combat Baby", "Monster Hospital") trazem mensagens pacifistas e anti-guerra.
A banda também já gravou e apresentou versões cover de canções de Bob Dylan, Pink Floyd, Pet Shop Boys, The Church, Blondie e muitos outros, bem como diversas versões acústicas de suas próprias músicas disponíveis em algumas versões de luxo dos seus álbuns. Metric também já teve diversas músicas usadas em trilhas sonoras de games (Rock Band 3, FIFA 2010, FIFA 2013...), séries de TV (House, Grey's Anatomy, CSI, One Tree Hill...) e filmes, tais como a faixa “Black Sheep” em Scott Pilgrim Contra o Mundo e “Eclipse (All Yours)” tema de encerramento de Eclipse, o terceiro filme d’A Saga Crepúsculo.
Além disso a banda e os seus álbuns já foram diversas vezes nomeados e premiados como reconhecimento de sua qualidade e trabalho. Entre os mais expressivos estão inclusos os títulos de Grupo do Ano e os de Álbum Alternativo do Ano de 2010 e 2013 por "Fantasies" e "Synthetica" durante o Juno Awards, uma das mais importantes cerimônias de premiação da indústria da música canadense.
“Pagans In Vegas”, o álbum mais recente e o sexto na carreira da banda foi lançado em setembro de 2015 e já tem como singles as músicas "The Shade", "Cascades", "Too Bad, So Sad", "Fortunes" e "The Governess". O álbum mantém a pegada de indie rock com a forte presença dos sintetizadores e retoma as batidas eletrônicas contagiantes de “Synthetica” enquanto explora toda potencia vocal de Emily em suas faixas.
Você pode conferir algumas das músicas da Metric nos vídeos abaixo e conhecer mais visitando o Site Oficial e os perfis da banda no Facebook, Youtube, Twitter e Instagram. Os álbuns, EPs e singles podem ser adquiridos em formato digital tanto na iTunes quanto na Playstore e estão disponíveis também em plataformas de streaming como o Spotfy e o Soundcloud.


Multiverso X EP.:02 - O Hobbit ou Lá e De Volta Outra Vez

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O Capitão Ace Barros, o navegador Airechu, a assistente de bordo Hall-e e o tripulante convidado Júlio Barcellos se reuniram para falar sobre uma das obras mais queridas da literatura mundial: O Hobbit. 
Ouça e se aventure por entre as páginas do livro, debata sobre os filmes do Peter Jackson, conheça os games, quadrinhos e animações que foram diretamente inspiradas por ela e saiba porque deve fugir da adaptação televisiva russa. Não, não é piada: fuja dela!

COMENTADO DURANTE O PROGRAMA:

O Hobbit - o Livro: SKOOB - COMPARE & COMPRE - LOJA RECOMENDADA
O Hobbit - a Trilogia de Peter Jackson: DVDBLURAY
Curta Animado O Hobbit (1966, 12 min): Disponível no Youtube
O Hobbit - Adaptação Animada (1977, 1h 17 min): Disponível no Youtube
Adaptação Russa para a TV (1985, 1h 06 minutos): Disponível no Youtube
A Adaptação em Quadrinhos: COMPARE & COMPRE - LOJA RECOMENDADA
O RPG O Um Anel - Aventuras além do Limiar do Ermo: COMPARE & COMPRE - LOJA RECOMENDADA
O Hobbit - Tha Game (Sierra, 2003 - GC, PC, Xbox e PS2): VÍDEO 
LEGO - O Hobbit: TRAILER -  COMPARE & COMPRE - LOJA RECOMENDADA (PC)

COMENTADO DURANTE O  HOLODECK (Contatos e Recados)

Quadrinhos de Brigada Ligeira Estelar - Links das Séries no Social Comics

DURAÇÃO: 1 h 29 min 53 segundos

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Review: Batalha dos Três Mundos, Shadrach e Esquadrão Trunfo

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Título: Batalha dos Três Mundos, Shadrach e Esquadrão Trunfo
Autor: Alexandre Lancaster
Artes: Israel de Oliveira - Altair Messias - Eudetenis
Editora: Jambô


Bem, como prometido na última semana na postagem de anúncio das séries em quadrinhos do cenário de RPG Brigada Ligeira Estelar, voltamos para fazer as resenhas - ou reviews, como queiram chamar - das mesmas. Contudo, porém, todavia, essa postagem seguirá um padrão diferente do formato convencional das resenhas postadas por aqui. Primeiro por estarmos falando de três obras ao mesmo tempo, e por fim, por se tratar de uma análise dos capítulos prévios que tivemos acesso.
Como foi dito antes, as séries serão publicadas em capítulos mensais intercalando-se semanalmente, por isso não seria justo - e nem possível - fazer uma avaliação do material ponto a ponto. O que não impede de fazermos uma análise um pouco diferente, mais parecida com um papo entre amigos, algo informal. Por isso convoquei o meu fiel navegador - o Airechu - para essa missão, confira!

Ace: - Saudações, Senhor Navegador! Conferiu os primeiros capítulos das séries de Brigada Ligeira Estelar? Fala sério, tá pouco bom né? Brigada sempre foi um cenário que me chamou atenção seja como conteúdo de jogo ou como cenário cheio de espaço para novos produtos.
Airechu: - Saudações, Capitão! Não tinha dúvidas de que seria coisa boa! Vamos a minhas humildes impressões sobre as histórias!
Ace: - Ok, sem debates pra não influenciar a opinião do outro cada um fala a sua.

Batalha dos Três Mundos: Roteiro de Alexandre Lancaster - Arte de Israel de Oliveira
Ace: - Tenho que confessar uma coisa: gostei muito do que vi em Batalha dos Três Mundos. A arte do Israel é bem limpa, bem bacana e cativante, bem aquela coisa mangá, casou muito bem com a ideia apresentada nos livros de RPG e que queria ver até agora. B3M já é a minha favorita, mas talvez se deva ao fato de ter tido acesso a mais materiais. Por contas dos planetas e do próprio Shadrach senti uma ligação entre as três tramas; seria apenas para amarrar o universo ou um plano maior? Gostei dos elementos apresentados, os resquícios do Grande Vazio, vários ganchos para aventura em tão pouca página. Tem muito pano pra manga aí! Acho que vai agradar bastante também o público que não conhece o cenário.
Airechu: - Já conhecia a arte do Israel de Oliveira de outros trabalho na internet e como ela está muito melhor aqui! Que página dupla de abertura linda! A estética e as gags de mangá estão muito bem feitas e proporcionam os momentos certos de descontração na narrativa que está bem fluida. Há bastante informação logo no início, conheço bem pouco do cenário e boei em alguns nomes de planetas e tal, mas dá pra pegar muita coisa pelo contexto. Gostei da interação entre a dupla Bento Marabá e Háteras e eles já me cativaram para continuar acompanhando a história. A ideia de colocá-los numa nave que não é lá exemplo de conduta e boa linha vai render excelentes momentos de conflito para os dois que são mais "certinhos". A capitã Tereza Augusta também já chama a atenção pelo jeitão despojado apesar de ela deixar bem claro que de tola não tem nada. Aquela mensagem no início me deixou com a pulga atrás da orelha e coincidentemente temos um outro par de personagens curioso ali, será que é o mesmo Shadrach?

Esquadrão Trunfo: Roteiro de Alexandre Lancaster - Arte de Eudetenis
Ace: - Do pouco que vemos aqui tudo indica que essa será a série mais aventuresca das três apresentadas. A ideia de utilizar um time formado por pessoas atípicas com diferentes habilidades é bem bacana e pode dar bastante pano pra manga. Gostei do clima da ambientação: tem uma a trama séria por trás, mas carrega certo humor e espaço surpresas. A arte está bem bacana, achei bem limpa e funcional; o visual dos personagens me agradou bastante também.
Airechu: - Mostra basicamente a formação do tal Esquadrão Trunfo e apresenta alguns dos personagens com seus traços de personalidade. A arte de Eudetenis tá mais simples do que as que costumo ver por aí, provavelmente para agilizar a produção, mas ainda assim está competente e consegue transmitir bem o clima do Sabre nos quadrinhos. Deixa um gancho muito bom para a sequência, mas ainda tá cedo pra comentar mais da história.

Shadrach: Roteiro de Alexandre Lancaster - Arte de Altair Messias
Ace: - Apesar de Batalha dos Três Mundos ter me fisgado pelo conjunto da obra, é em Shadrach que tenho mais esperanças e eu explico o porquê. As outras duas séries trabalham bem os elementos maiores do cenário que são a própria Brigada Ligeira Estelar que o nomeia e a presença da nobreza e sua  influência sobre os mundos da Constelação do Sabre, mas essa promete explorar além e  mostrar outra faceta disso tudo. Tanto é que acho que a arte do Altair, menos "clean"é extremamente funcional pra ajudar a remeter a essa coisa do que se passa abaixo dessa autarquia, no nível dos habitantes do cenário. Fora que essa pegada de forasteiro altruísta de passado misterioso é garantia de aventuras e problemas por onde quer que vá.
Airechu: - Já chama a atenção a arte do Altair Messias que foge bastante do estilo mais limpo de BLE. Me lembra um pouco o do Lobo Borges no início de Ledd. A colorização parece aquarela. Deixa vários plots em aberto e já começa com a ação lá no alto. A personalidade justiceira do Shadrach já dá as caras e o evo sidekick dele tem bastante potencial.

Ace: - Depois de tudo que vi só tenho uma consideração a fazer: vai ser difícil esperar semana a semana, mês a mês, gostei bastante do que vi e quero ver mais!
Airechu: - É isso! Todas fisgam o leitor no começo e parecem bem promissoras! As artes divergem uma da outra, mas o universo de BLEé bem coeso para comportar bem histórias e arte tão variada quanto essas sem perder os elementos que tornam o cenário tão icônico e que você citou no post de apresentação. O mangá nacionalacaba de ganhar concorrentes de peso.

Mistérios Divinos

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Mito… Anjos… Assinato… Pela aparência do homem solitário sentado no banco do parque, ninguém jamais imaginaria suas origens - um antigo anjo, descido dos céus eras atrás. Ele apareceu na Terra para contar uma história que deve ser ouvida - uma história dos primórdios do tempo, quando o mundo ainda era um traçado aos olhos de Deus, e o pecado ainda não era conhecido, e do primeiro e mais execrável crime no recém-desabrochado universo do Criador. Um assassinato no Paraíso.
O premiado artista P. Craig Russell adapta o aclamado conto do escritor Neil Gaiman para apresentar um mistério de assassinato divino que você não esquecerá tão cedo.                                                                                                                                                                    
Título: Mistérios Divinos
Roteiro: Neil Gaiman
Arte: P. Craig Russel
Editora: Devir
Número de Páginas: 64


É fato que não canso de me surpreender com a criatividade de Neil Gaiman e a forma habilidosa com que ele amarra suas histórias, permeadas de referências e releituras de mitos conhecidos, sem deixar de dar o seu toque de originalidade ao trazer uma abordagem totalmente nova e inusitada para eles. Em Mistérios Divinos ele se inspira na mitologia cristã, propondo uma releitura para a origem do universo ao passo que instiga reflexões a temas universais como a origem do mal, a vingança como uma virtude, a fé posta à prova e a linha sutil que separa o bem e o mal.
Mistérios Divinos narra a história de um pai de família inglês recordando-se de forma vaga de um fato ocorrido quando esteve em Los Angeles, nos Estados Unidos, há pelo menos dez anos. Com o voo cancelado pelo mau tempo e não podendo voltar para a Inglaterra ele recebe uma ligação de Tinkerbell, uma antiga namorada, e resolve encontrá-la. Ele lembra-se de ter sido levado pela colega de quarto de Tink, da conversa que tiveram no carro e do encontro naquela noite. Após isso sua memória vacila e ele se vê diante do local onde se hospedou e enquanto caminhava encontra um homem misterioso que lhe pede um cigarro. Em troca do cigarro o homem lhe paga a gentileza com uma história.
Nela ele fala de tempos remotos, de quando ainda era um anjo e de como fora criado para uma única e exclusiva função: a vingança. Pois esta era a Vontade do Nome, a vontade de Deus... O homem fala de um crime que teria ocorrido na Cidade Prateada, no Paraíso, quando o universo e suas regras ainda estavam sendo planejados pelo Nome e seu séquito de Anjos. Um anjo havia sido assassinado, e coube a Lúcifer, o Capitão do Anfitrião e o servo-chefe do Nome, convocá-lo, a Vingança do Senhor, o Anjo Raguel, para investigar e punir o culpado de tal crime. Segue-se então uma sequência de investigação conduzida por Raguel que coleta pistas e interroga possíveis suspeitos. Desvendar esse mistério trará consequências perturbadoras para os anjos envolvidos na investigação e também para o inglês que ouve o relato do homem misterioso naquela fria noite em Los Angeles. E assim, amor, assassinato, vingança e justiça compõe uma belíssima história mesclada a uma trama paralela, no presente, marcada de mistério, segredos e lembranças.
“Murder Mysteries”, o título original dessa história, foi originalmente publicado como um conto na coletânea “Angels & Visitations” de 1992 e posteriormente republicado em “Fumaça e Espelhos” de 1998. A adaptação para quadrinhos por P. Craig Russell, encomendada pela Dark Horse em 2002, chegou ao Brasil pela editora Devir em janeiro de 2007, num formato de luxo com papel couche e capa-dura. A tradução ficou a cargo de Marquito Maia e não notei erros ortográficos ou de revisão durante a leitura.
O trabalho de adaptação de P. Craig Russell está impecável! A ele coube a missão de traduzir em imagens a narrativa fantástica e onírica do conto de Gaiman e eu diria que ele foi muito feliz em todos os aspectos da sua interpretação. Não há elementos destoantes, texto e imagem fluem em perfeita sintonia e transmitem desde a majestosidade celeste quanto a cruza da realidade humana. Os traços são fortes mas não deixam de transparecer uma certa delicadeza e requinte evidenciados ainda mais pela colorização suave de Lovern Kindzierski. O ilustrador, que já havia trabalhado com Gaiman na série Sandman em sua quinquagésima edição, um especial sobre o Ramadã, também é conhecido por adaptar para quadrinhos outras obras de Gaiman como Coraline e O Livro do Cemitério, além de ilustrar histórias dos especiais Sandman: Noites Sem Fim e Sandman: Os Caçadores de Sonhos.
A dicotomia Céu e Inferno costuma render sempre ótimas histórias e as mais fascinantes são as que passeiam entre estes extremos não tão opostos quanto se pode imaginar a priori. A representação dos anjos vistos aqui pode facilmente ser integrada ao universo da aclamada série em quadrinhos Sandman, onde Lúcifer, tem papel de destaque logo nos primeiros arcos, aliás um dos personagens mais interessantes não apenas das histórias de Gaiman. O texto de Gaiman traz momentos arrebatadores e ao começar a ler é impossível não se apegar à história e querer desvendar todos os mistérios que pululam em suas páginas. As pistas que conduzem para os desfechos surpreendentes, assim na Terra como no Céu, se escondem sorrateiramente e ao terminar, a vontade é de reler imediatamente para catar uma por uma. O conto é tão bem construído que faz você se sentir um pouco mais sujo sendo cúmplice de tão grandes e graves segredos. Para quem já conhece o trabalho do autor, eu nem preciso recomendar, para quem for conhecê-lo a partir de Mistérios Divinos eu tenho certeza de que o encontro será, no mínimo, inesquecível!


Sangue de Dragão

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A guerra começou. Seraphina se vê envolvida na luta pelo poder entre os dragões rebeldes e a corte humana. O segredo cuidadosamente guardado de sua verdadeira identidade – meio-dragão, meia-humana – agora é uma vantagem para ela. Só Seraphina pode unir o reino de Goredd e, para isso, lançará mão de todos os seus recursos. Percorre o país em busca dos outros meios-dragões, cujos dons especiais talvez façam a diferença na luta. Mas, quanto mais coisas ela descobre, mais percebe que alguém está prejudicando seu plano. Que esperança haverá de promover a paz entre dragões e humanos se um de seus próprios aliados pretende ver ambos os mundos destruídos?
Título: Sangue de Dragão
Autor (a): Rachel Hartman
Editora: Jangada
Número de páginas: 464

A vida de Seraphina Dombergh não é mais a mesma desde os acontecimentos narrados em Seraphina, primeior volume dessa duologia. Sua natureza verdadeira foi revelada e não é mais segredo para a família real de Goredd e alguns poucos membros da corte; a paz entre homens e dragões está afetada, e uma guerra civil está prestes a estourar entre os dragões devido ao ataque traiçoeiro do Velho Ard. Talvez nada disso se compare a seu próximo desafio: para o bem do reino terá que encontrar todos os seus semelhantes espalhados pelo mundo, pois unidos são capazes de feitos extraordinários. Juntar os ityasaari - os meio-dragões - significa uma chance proteger Goredd da guerra, mas também significa  para a jovem uma chance proteger seus irmãos e irmãs que sofrem por serem quem são. 
Seraphina concorda em sair nessa missão acompanhada por Abdo, seu fiel companheiro dotado do dom de identificar outros como eles apenas olhando, contudo não tem pretensões de encontrar todos eles. Além de acreditar que alguns não aceitariam acompanhá-la, teme encontrar a perigosa Jannoula, que quase a dominou completamente quando criança. Porém a jornada será cheia do obstáculos e reencontros indesejados irã acontecer.
Assim a jornada de Seraphina segue durante todo o livro, atravessando diversas nações em busca daqueles com sangue de dragão, fazendo amigos e inimigos, desbravando outras culturas, revelando segredos antigos e outros nem tanto. Muitos são as questões que aguardam a Garota com Coração de Dragão nessa jornada, e todas parecem estar intimamente conectadas...
Em seu primeiro romance Rachel Hartman nos apresentou um cenário fantástico rico e encantador, recheado de personagens fortes e carismáticos, com uma trama envolvente e prazerosa. Agora, em seu segundo romance, a autora amplia essas questões sem esquecer dos mistérios e intrigas, e jornada de aceitação e evolução pessoal de nossa jovem protagonista. Podemos dizer que essas questões se tornaram até mais profundas a medida em que Seraphina busca respostas maiores do que as anteriores. Não se trata mais de apenas aceitar quem e como é, mas de entender tudo que envolve a sociedade - humana e draconica - e ser um meio-dragão.
A narrativa mostra-se mais uma vez muito bem construída pela autora, e é conduzida em primeira pessoa pela personagem protagonista mantendo-se o nosso vínculo maior com aquela realidade, exceto pelo capítulo introdutório que faz um resumo da obra anterior e reintroduz o leitor na história. A autora faz mais um excelente uso das caraterísticas da personagem para o desenvolvimento da trama. A criação cercada de outras culturas, o contato com o tio dragão, a madrasta de Ninys, o amigo Porfíriano, a vivência em uma sociedade apegada a religião e seus santos, cada detalhe é importante para a história que vem sendo tecida. Há uma complexidade muito maior entorno de tudo que a envolve e mergulhamos bastante no que antes era raso.
No entanto, diferente do volume anterior o ritmo pode desagradar em alguns pontos: em alguns momentos temos muita informação e pouca ação, outros bastante ação e pouca informação, e por fim momentos de bastante informação e ação. Uma leitura desatenta da obra é altamente desaconselhada! Acredite: tudo que é proposto na história é entregue e as perguntas não ficam em aberto.
Porém, talvez fosse ainda melhor se tivéssemos mais espaço para trabalhar de forma mais estendida alguns conceitos e personagens. Phina é claramente a personagem de maior destaque da trama por ser nossa linha guia, mas outras surgem para tomar papeis fundamentais na trama e talvez a principal delas seja Jannoula. Digo isso não apenas pela sua atuação antagônica, mas por todo seu desenvolvimento quanto personagem. Gostaria de ter visto mais da verdadeira face dos Grotescos que habitavam o jardim mental de Seraphina, poucos são os ityasaari com espaço para serem desenvolvidos. O mesmo pode ser dito da participação efetiva de Kiggs e Gliselda, mas suas participações - ainda que curtas - acrescentam bastante em outros elementos da trama, inclusive para encaminhamentos bastante inesperados.
A Editora Jangada fez um trabalho muito bacana tanto na parte gráfica do livro - deixando compatível com a versão re-publicada de Seraphina - quanto na revisão e tradução, escapando pouca coisa (um Old Ard em vez de Velho Ard aqui e ali, talvez). Além disso a edição traz um completo glossário de termos e um "cast" dos personagens para facilitar a vida do leitor.
Naquele mundo fantástico onde a guerra é iminente e existem traição, segredos, intrigas e falsidade, também existe espaço para amor, amizade e lealdade. Sangue de Dragão faz você ansiar por mais daquelas pessoas e daquela realidade com seus santos e dragões, mesmo sabendo que não há planos para isso no momento. Uma leitura mais que recomendada para os amantes de histórias envolventes, independente de que gênero ela pertença!

Ilustraverso: Fernanda Suarez

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Todo mundo ama uma boa capa, um mapa bem feito e ilustrações apaixonantes, sejam elas em livros, grafic novels, guias ilustrados, para usar de papel de parede ou pelo simples prazer de admirar. Porém nem todo mundo costuma dar a valor a pessoa por trás da arte, mas por sorte aqui é diferente. Quem sabe você não descobre aqui a pessoa que vai ser responsável por aquele presente diferenciado ou para concluir/iniciar aquele projeto que está engavetado: uma HQ ou a capa e ilustrações de um bom livro.
Na sessão Ilustraverso o artista e sua arte tem vez e reconhecimento. A artista da vez é uma ilustradora chilena que ganha a vida como freelancer, principalmente ilustrando para o mercado internacional de jogos de tabuleiro. Conheçam a arte de Fernanda Suarez!
Fernanda Suarez é ilustradora freelancer com base em Santiago, no Chile. Estudou Belas Artes na universidade, mas depois mudou o rumo para a arte digital e tem desenvolvido trabalhos nessa área desde então. Ela faz habitualmente ilustrações e concept art, e adora trabalhar com fantasia e design de personagens, mas Fernanda está sempre pronta para novos desafios e também gosta trabalhar com ambientes e animais.
Seu mais recente trabalho foi a arte para um novo jogo de tabuleiro da empresa Plaid Hat Games chamado Ashes: Rise of Pheonixborn. Anteriormente ela trabalhou em outro jogo também da mesma empresa: Dead of Winter. Ela também faz ilustrações para Paizo Publishing, capas de livros, ilustrações e comissões privadas.
Atualmente atua como ilustradora freelance 2D trabalhando com clientes como DeNa Studios Canada, project “The Powerful: NYC”, Paizo Publishing, e a Plaid Hat Games.
Você pode conferir uma amostra da arte aí embaixo e as galerias no Site da Artista, no DeviantArt, ArtStation, Tumblr e/ou no Society6. Aos interessados em um contato profissional e em obter mais informações, o contato pode ser feito através do email: fda.suarez@hotmail.com.


Contos Inacabados

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Contos Inacabados é um conjunto de narrativas que se estendem desde o tempo de O Silmarillion - os Dias Antigos da Terra-média - até o fim da Guerra do Anel em O Senhor dos Anéis. Seus numerosos tesouros incluem o vivaz relato de Gandalf sobre como chegou a enviar os anões à celebrada festa em Bolsão, o surgimento do deus marinho Ulmo diante dos olhos de Tuor na costa de Beleriand, e uma descrição da organização militar dos Cavaleiros de Rohan.


Título: Contos Inacabados
Editora: WMF Martins Fontes

Autor: J.R.R. Tolkien
Número de páginas: 585


Ronald Kyrmse, um dos mais renomados tolkienistas brasileiros defende que uma das características mais marcantes na obra de Tolkien é a sua tridimensionalidade, isto é, suas histórias, personagens, cenários e eventos não são nada planos. Eles ocupam um lugar definido no tempo, situando-se em eras distintas e mutáveis, possuem uma diversidade inerente de assuntos que vai muito além da mera jornada heroica e uma profundidade tal que seus inúmeros detalhes e especificidades podem ser observados e analisados sob as mais diversas lupas. Tudo isso inegavelmente contribui para tornar Arda, a sua grande criação e mundo fictício, ainda mais crível. E são estes elementos tridimensionais que fazem com que os fãs, cada vez mais ávidos por informações, busquem preencher as lacunas deixadas em sua narrativas com pesquisas e horas debruçados sobre as mais diversas questões referentes àquele universo, seja em textos não concluídos deixados pelo autor, seja pela leitura de suas cartas, sua biografia e suas fontes de inspiração, ou em discussões acaloradas em fóruns na internet e entre amigos.
Por que Galadriel e Celeborn permaneceram na Terra-média mesmo após o fim da maldição de Mandos sob a casa de Fëanor? Como funcionava a política entre os reinos humanos na época dos eventos narrados em O Senhor dos Anéis e qual o papel e a influência dos palantíri nestas políticas? Como era a ilha de Númenor e quais os feitos de seus governantes? Qual a origem da aliança entre Rohan e Gondor e de que forma se organizavam os exércitos dos rohirrim?
Certa vez me disseram que você só se torna realmente um fã de Tolkien após ter lido a tríade de obras O Hobbit, a trilogia O Senhor dos Anéis e O Silmarillion, e que o Contos Inacabados seria o próximo desafio óbvio e te colocaria numa graduação superior à do fã comum. Talvez até possa ser assim ou isso não passe de uma grande bobagem, mas o fato é que apenas alguém realmente muito curioso, fanático e apaixonado pela obra do Professor, mergulharia tão fundo em sua criação.
Embora não influenciem diretamente nas narrativas principais de seus livros, perguntas como as feitas acima constituem um excelente exercício imaginativo para estes fãs mais “hardcore” da mitologia de Tolkien e só são possíveis devido ao seu aspecto tridimensional mencionado no início. Contos Inacabados demonstra que a demanda por histórias de Tolkien vários anos após a sua morte ainda continua presente e crescendo.
Mas o que são afinal os Contos Inacabados? Trata-se de uma coleção de histórias de J.R.R. Tolkien, que nunca foram concluídas durante a sua vida, mas foram compiladas e editados por seu filho Christopher Tolkien e publicadas originalmente em 1980. Ao contrário d’O Silmarillion, para o qual os fragmentos narrativos foram ligeiramente modificados para se conectar em um trabalho consistente e coerente, os Contos Inacabados são apresentados como Tolkien os deixou. Assim, alguns destes contos são histórias incompletas, enquanto outros são coleções de informação factual e breves ensaios sobre a Terra-média. Cada conto é seguido por uma longa série de notas do editor que explicam inconsistências e pontos obscuros.
Estruturalmente o livro é dividido em quatro partes. A Primeira Parte traz dois textos com versões também presentes n’O Silmarillion: “De Tuor e sua chegada a Gondolin” e “O Conto dos Filhos de Húrin”; a Segunda Parte é composta por textos dedicados à ilha de Númenor trazendo de início um mapa e “Uma descrição da ilha de Númenor“, seguidos da história de “Aldarion e Erendis” e “A Linhagem de Elros: Reis de Númenor“. Por fim, a Segunda Parte se encerra encerra com “A história de Galadriel e Celeborn” e apêndices sobre os Elfos Silvestres e Lórien; na Terceira Parte, temos uma narrativa sobre “O desastre dos Campos de Lis”, a história de “Cirion e Eorl e a amizade entre Gondor e Rohan”, seguidas de “A busca de Erebor” contado de forma empolgante na voz do próprio Gandalf, “A Caçada do Anel” e “As Batalhas dos Vaus do Isen”. As três primeiras partes contam respectivamente histórias da Primeira, Segunda e Terceira Eras, enquanto a Quarta (e última) Parte funciona como um apêndice trazendo ensaios gerais sobre “Os Drúedain“, “Os Istari” e “Os Palantíri”. Além das notas já mencionadas o livro também conta com um glossário que é de grande utilidade dada a quantidade de nomes citados e referenciados nos contos.
Contos Inacabados é um livro verdadeiramente desafiador e requer do seu leitor um conhecimento prévio mínimo do universo de Tolkien, de modo que eu não o recomendo de jeito nenhum para novatos. A leitura algumas vezes se torna cansativa e requer atenção redobrada nas idas e vindas entre texto, notas e apêndices. Ter por perto material de apoio como mapas impressos e os outros livros de Tolkien também é de grande valia. Recomendo encará-lo mais como um livro de História, para estudo e referência, levando em conta a amplitude e variedade de temas e épocas abarcados, do que como uma antologia de contos e narrativas per se.
Para aqueles cuja leitura de O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion não foram o suficiente para aplacar de vez a vontade de explorar a Terra-média e nem se conformam com apenas experimentar as jornadas épicas propiciadas pelas suas narrativas, Contos Inacabados proporciona não apenas aprofundamento e momentos de rara beleza, mas também um vislumbre amplo dos arroubos criativos de Tolkien. Debruçar-se sobre a sua inventiva mitologia e estar imerso nas páginas de seus livros é uma necessidade constante e recorrente, alimentada pelo saboroso prazer da descoberta.



Audioverso: Boyce Avenue

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Essa não é uma sessão que dá muito as caras aqui no blog, mas não se assuste se vez ou outra encontrar uma postagem como essa. Já utilizamos esse espaço em outras oportunidades para falarmos de podcasts, mas Universo da música e produções audiofônicas é tão apaixonante quanto o da literatura, do audiovisual e das artes ilustradas, e portanto merece também o seu espaço no Multiverso X.
Tal qual na sessão Ilustraverso, o artista e sua arte tem vez e reconhecimento aqui na Audioverso. O escolhido da vez é um grupo americano formado por três irmãos conhecidos mundialmente por seus covers e colaborações com outros artistas no youtube. Provavelmente você já os conhece, mas se não agora é a hora de conhecer o Boyce Avenue!

Boyce Avenue é uma banda norte americana de pop rock romântico formada em Sarasota, Flórida pelos irmãos Alejandro, Daniel e Fabian Manzano. O nome da banda surgiu de uma combinação de duas ruas em que os irmãos viviam quando eram crianças.
A carreira dos irmãos começou no ano 2000, quando a banda foi reunida pela primeira vez, mas devido a encontros e desencontros da vida pessoal foi apenas em 2007, após a retomada da banda, que o Boyce Avenue começou a postar seus vídeos no Youtube e alcançar certo reconhecimento.
A banda é famosa por lançar músicas originais e principalmente covers de canções clássicas e modernas no YouTube. Boyce Avenue também colaborou com vários outros artistas do Youtube, como Fifth Harmony, Diamond White, Carly Rose Sonenclar, Hannah Trigwell, Kina Grannis, Tifanny Alvord, Megan Nicole, Alex Goot, Megan & Liz, David Choi, Tyler Ward, Savannah Outen, Jourdy Suparjo, Cobus Potgieter, DeStorm e Bea Miller
Dois anos após essa iniciativa a banda já fazia sua primeira turnê internacional e desde então não parou mais, inclusive tivemos em 2013 o primeiro show deles no Brasil. Em 2012, o trio foi convidado por Simon Cowell para participar da segunda temporada do reality show The X Factor, onde treinaram alguns participantes para suas apresentações como vocal coaches.
Com a popularidade, além da turnê os irmãos também produziram um álbum especial, com o single "One Life" que foi lançado e  toda a renda arrecadada seria doada para a instituição "Pencils of Promise" que construirão escolas em lugares pobres da Guatemala. Recentemente o Boyce Avenue atingiu a marca de 1 bilhão de visualizações - e quase 9 milhões de inscritos em seu canal - se tornando a quarta banda mais popular do YouTube, além de ser a 17ª banda mais acessada do mundo. Pouca coisa, né?
Acho difícil você não ter ouvido ao menos uma música ou versão gravada por eles (já ouvi nas rádios aqui do Brasil sendo executadas várias vezes), mas  você pode conferir uma amostra do trabalho do grupo aí embaixo e mais no Youtube e também no Spotfy, iTunes, Google PlayeAmazon.


Multiverso X EP.:03 Indicações - Timeline & Pílulas Azuis

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O Capitão Ace Barros, o navegador Airechu, a assistente de bordo Hall-e se reuniram para mais um relatório de exploração trazendo como dicas o game Timeline e a graphic novel Pílulas Azuis.
Ouça e descubra porque Timeline é um boardgame/party game acessível, divertido e que testa seus conhecimentos, aproveite e conheça uma belíssima história sobre amor, respeito e HIV! Acompanhe-nos, estimado explorador de universos!

COMENTADO DURANTE O PROGRAMA:

TIMELINE
Linha de Jogos e Descrições das Expansões
Imagem das Cartas 
Gameplay produzido pelo pessoal do Covil dos Jogos
Onde Cromprar - Timeline: Diversos - Timeline: Invenções
Review do Multiverso X - EM BREVE

PÍLULAS AZUIS
Resenha do Airechu no Multiverso X
Resenha do Ace para o blog da noiva, o Coisas de Meninas
Compare & Compre - Loja Recomendada

DURAÇÃO: 45min 59 seg

CRÉDITO DAS MÚSICAS:

– Music by Dan-O at DanoSongs.com
– Music by Kevin MacLeod (incompetech.com) licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0 – http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/

QUER OUTRAS OPÇÕES: 

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SUGESTÕES, CRÍTICAS E DÚVIDAS:

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Financiamento Coletivo: Horo - O Castelo da Neblina

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Titulo: Horo - O Castelo da Neblina
Produtora: Independente
Criação: Fábio Coala
Tipo: Literatura


"Tudo que lhe restou foi a lembrança de uma lenda, um castelo que guardava todas as respostas."

Cá estamos nós novamente pra apresentar projetos em fase de financiamento coletivo que possam ser de seu interesse, estimado explorador de universos! Dessa vez tendo a oportunidade de indicar não apenas um projeto de grande potencial, mas um projeto de um artista que sou fã: o Fábio Coala.
Talvez você até já o conheça e neste momento não esteja ligando nome a pessoa, mas caso não conheça: O Fábio Coala é o quadrinista criador do site Mentirinhas no qual publica suas tirinhas com personagens e enredos variados, mas sempre com qualidade. Talvez o mais famoso entre seus personagens seja O Monstro, que foi publicado em livro financiado por crowdfunding através do site Catarse em 2013 e ganhou o 26º Troféu HQ Mix na categoria "melhor publicação independente edição única". E também foi no Mentirinhas que nasceu o Horo.
As histórias de Coala tem o dom de fazer você rir e se emocionar, a exemplo da tira Perfeição que serviu de inspiração para o curta animado The Present. Eu poderia ficar um bom tempo elogiando-o antes de falar do novo projeto, por isso nada melhor do que utilizar as palavras do próprio autor para apresentar Horo:
Horo nasceu numa História de Sexta, que são histórias em quadrinhos um pouco mais complexas que as tirinhas habituais. Era pra ser uma história única, com um toque meio filosófico, mas o pessoal gostou dele (e eu também), tanto que acabei fazendo outras histórias curtinhas. Tirando a aura filosófica e, claro, o Ornitorrinco Samurai (ele ficou alguns anos sem nome), as histórias não tinham uma ligação. Acontece que, ano passado, resolvi que era hora de fazer um novo projeto aqui no catarse (Financiei O Monstro em 2013), algo diferente. Foi aí que resolvi escrever um roteiro para nosso amigo Horo. O desafio era juntar as histórias que já havia feito, de forma que tudo tivesse um sentido. Bom, o roteiro ficou melhor do que eu esperava e não tive dúvidas que seria essa minha próxima história.
Agora os detalhes técnicos: o livro terá 24cm x 17cm e 144 páginas em papel polen, sendo 112 preto/branco e 32 coloridas. A previsão de entrega é para setembro/outubro deste ano. Vocês poderão conferir no vídeo ao fim da postagem que a produção está a todo vapor e muitas páginas já estão prontas. Também 
O custo total é de R$ 24.000,00 divididos da seguinte maneira: R$ 13.200,00 para a os produtos (livro, marcador, postal, bloco e adesivos), R$ 9.100,00 para os envios (envios pelo correio, caixas e envelopes especiais) e R$ 2.899,00 taxa de 13% do catarse. O custo real extrapola a meta de R$ 24 mil, mas o próprio autor irá injetar o valor restante. Afinal, ninguém mais que ele quer ver esse projeto se tornando realidade, e não está muito longe disso acontecer. Até o momento o projeto já arrecadou mais de 85% da meta, e ainda dá tempo de você participar.
Para quem não conhece (ou não acompanha as postagens que fazemos sobre FCs), o funcionamento de um financiamento coletivo é simples: os objetivos são esclarecidos na página da campanha e as recompensas são apresentadas, o apoiador escolhe entre as possibilidades com quanto irá contribuir já sabendo qual será a sua recompensa. Quando a meta não é alcançada o dinheiro é devolvido, e em algumas campanhas quando o valor estipulado é ultrapassado metas extras bonificam aqueles que contribuíram (não necessariamente todos, isso varia de recompensa para recompensa e de campanha para campanha).
Para participar do financiamento de Horo - O Castelo da Neblina, basta escolher um dos pacotes de recompensas disponíveis, com valores entre R$30 e R$ 180, que dão direito a recompensas variadas como exemplar do livro, adesivos, mini-travesseiros do Horo, pelúcia do Monstro, até página original (feita a mão, formato A3).  Basta escolher o apoio que contemple aquilo que seja do seu interesse, tudo com frete incluso no valor de apoio (o mesmo para todo o Brasil).
A campanha ficará disponível por mais 41 dias no Catarse (a contar de 13/05) e tem entrega de recompensas prevista para Setembro de 2016. Agora que você já está por dentro de tudo confira a página do projeto no Catarse (https://www.catarse.me/horo) e descubra mais informações sobre o livro: quais exatamente são as recompensas, detalhes sobre como seu dinheiro será investido, artes, etc.
Apoie, divulgue, e ajude Horo a alcançar o seu objetivo!


Ilustraverso: Carolina Mylius

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Todo mundo ama uma boa capa, um mapa bem feito e ilustrações apaixonantes, sejam elas em livros, grafic novels, guias ilustrados, para usar de papel de parede ou pelo simples prazer de admirar. Porém nem todo mundo costuma dar a valor a pessoa por trás da arte, mas por sorte aqui é diferente. Quem sabe você não descobre aqui a pessoa que vai ser responsável por aquele presente diferenciado ou para concluir/iniciar aquele projeto que está engavetado: uma HQ ou a capa e ilustrações de um bom livro.
Na sessão Ilustraverso o artista e sua arte tem vez e reconhecimento. A artista da vez é uma ilustradora porto alegrense, apaixonada por ilustrações de fantasia desde a infância e realizada por trabalhar com o que sempre desejou. Conheçam a arte de Carolina Mylius!
Carolina Mylius é formada em Design Gráfico pela UniRitter Porto Alegre desde 2008, mas começou a trabalhar com ilustrações coloridas e digitais, em 2001, onde fez trabalhos para diversas agências e editoras (nacionais e internacionais).

Em 2006, teve a oportunidade de se juntar à equipe de artistas do Southlogic Studios onde aprendeu sobre arte conceitual, mapas de textura de modelagem e desenvolvimento em 3D. Três anos mais tarde entrou para a equipe de artistas da Ubisoft Studios do Brasil, onde era responsável por grande parte da produção artística dos dois jogos produzidos para Nintendo DS e também a concepção e desenvolvimento de ativos para o jogo "Amazon Gone" para a rede social Facebook.
Você pode conferir uma amostra da arte aí embaixo e as galerias no Site da Artista ou no DeviantArt. Aos interessados em um contato profissional e em obter mais informações, o contato pode ser feito através do email: carolmylius@gmail.com.


A Ilha do Conhecimento

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Quanto podemos conhecer do mundo? Será que podemos conhecer tudo? Ou será que existem limites fundamentais para o que a ciência pode explicar? Se estes limites existem, até que ponto podemos compreender a natureza da realidade? Estas perguntas, e suas consequências surpreendentes, são o foco deste livro, um ensaio sobre como compreendemos o Universo e a nós mesmos.




Título: A Ilha do Conhecimento
Editora: Record
Autor: Marcelo Gleiser
Número de páginas: 364


A Ilha do Conhecimento é o mais recente livro do físico e astrônomo brasileiro Marcelo Gleiser, publicado em 2014 pela editora Record. Gleiser, ao traçar a constante busca humana por respostas e sentido para questões fundamentais da existência, tanto sobre a nossa origem e o nosso fim quanto sobre a essência de quem somos, chega a provocante conclusão de que a ciência, nossa principal ferramenta para encontrar essas respostas, é fundamentalmente limitada.
O título faz alusão direta a um conceito metafórico presente em todo livro e que ilustra a linha de pensamento adotada pelo autor para expor sua visão. A Ilha do Conhecimento consiste de todo o conhecimento que dispomos e é sobre as areias de suas praias que contemplamos a imensidão do Oceano do Desconhecido. A cada nova descoberta, fazemos crescer a área da superfície da Ilha do Conhecimento, mas com isso, cresce também a superfície em contato com o Desconhecido, surgem novas dúvidas e por mais que aprendamos, nosso conhecimento nunca será completo e está em constante aperfeiçoamento.
O livro divide-se em três grandes partes, compostas por capítulos curtos cujos subtítulos são auto explicativos. A Parte I dedica-se ao cosmo, sua origem, evolução e natureza física e a forma como o compreendemos e o percebemos ao longo de nossa própria história. A Parte II explora a natureza da matéria, e a evolução de como compreendemos a composição da natureza bem como o nosso papel e influência enquanto observadores, abarcando desde os primeiros alquímicos até as mais modernas teorias sobre as propriedades do bizarro mundo quântico. E a Parte III explora o mundo da mente, da matemática e dos computadores, enfatizando como estes fornecem informação para a discussão central dos limites do conhecimento e da natureza da realidade.
O mais interessante é constatar durante a leitura como a ciência é limitada e de que não podemos ser presunçosos a ponto de achar que ela nos dará todas as respostas e tampouco nos permitirá conhecer a realidade última de toda a natureza, seja através do estudo das partículas subatômicas ou da totalidade do nosso Universo. Esta forma de pensamento se opõe diretamente aquela dos físicos que buscam através da ciência uma teoria unificadora ou uma teoria de tudo. Fica claro que existe uma dimensão incognoscível da realidade física, isto é, todo um conjunto de conhecimentos que não podemos acessar por estarmos limitados aos nossos próprios sentidos e instrumentos e a algumas limitações do âmbito da própria Física, tais como a velocidade da luz e o princípio da incerteza. A ciência nada mais é do que uma ferramenta por meio da qual formulamos teorias que tentam explicar os fenômenos observados buscando aprimorar-se constantemente com a confrontação direta destes fenômenos com novos e mais acurados testes e instrumentos. Gleiser argumenta que é ainda mais nobre de nossa parte, humildemente reconhecer as nossas próprias limitações do que ficarmos presos a falsos idealismos e com esperanças vãs que inevitavelmente serão frustradas.
A Ilha do Conhecimento propicia uma visão abrangente e multidisciplinar sobre a construção do saber humano, sobretudo o científico e o filosófico. É um livro delicioso e instigante pela temática e pela discussão que suscita e há de se elogiar também a forma como o autor aborda tais assuntos. Gleiser possui uma prosa elegante, bem articulada e um didatismo invejável capaz de trazer para o público leigo conceitos avançados de física, cosmologia, filosofia e religião de forma clara e objetiva valendo-se de sua experiência como pesquisador, professor e autor.
É assustador e ao mesmo tempo libertador descobrir que o conhecimento que temos do mundo real é apenas uma ínfima parte, é apenas aquela que podemos ter pelos meios que dispomos atualmente, e que nada sabemos daquele todo que permanece incognoscível. É lá, no Oceano do Desconhecido, que reside o mistério, que Einstein dizia ser a emoção fundamental que inspira tanto a arte quanto a ciência. Queremos sempre aprender mais, estendendo assim o território da Ilha, e neste processo o que fazemos e o que buscamos nada mais é do que conhecer a nós mesmos.
Recomendo A Ilha do Conhecimento a todos os que se fazem algumas daquelas perguntas da sinopse do livro e a todos os que se intrigam por temas como a origem do mundo, a infinitude do universo, o espaço-tempo, o multiverso, a capacidade cognitiva do cérebro, a natureza da realidade e os limites e as extensões do conhecimento. Nossa busca por respostas apenas começou.



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