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Vikings

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Ragnar Lothbrok (Travis Fimmel) é o maior guerreiro da sua era. Lider de seu bando, com seus irmãos e sua família, ele ascende ao poder e torna-se Rei da tribo dos vikings. Além de guerreiro implacável, Ragnar segue as tradições nórdicas e é devoto dos deuses. As lendas contam que ele descende diretamente de Odin, o deus da guerra.
 Produzida pelo History Channel, Vikings apresenta os famosos exploradores, comerciantes, guerreiros e corsários nórdicos a partir do seu ponto de vista.
 A história é centrada em Ragnar Lothbrok (Travis Fimmel, deBeast), um agricultor e guerreiro que acredita ser descendente direto do deus Odin, que decide partir e lutar para conquistar novas terras.
Título: Vikings
Lançamento/Duração: 2013 - 50 minutos/episódio
Temporadas: 4 (50 Episódios) - Gênero: Ação/Thiller
Classificação: 18 - Não recomendado para menores de 18 anos
Elenco: Travis Fimmel, Clive Standen. Katheryn Winnick, Jessalyn Gilsig, George Blagden. Gustaf Skarsgård

IMDB FILMOW - NETFLIX

A cultura nórdica é uma das mais referenciadas da atualidade, principalmente a parte mitológica, mas a verdade é que pouco conhecemos sobre os habitantes do norte, sua cultura e história. Poucas vezes notamos sua importância ou influência na cultura ocidental, mesmo quando suas divindades dão nomes a dias da semana - em inglês - e estão nos calendários vistos diariamente: Tuesday ou Týr's day (Dia de Týr, deus da Guerra), Wednesday ou Wodan/Ódin's day (Dia de Ódin, Pai de Todos), Thursday ou Thunder/Thor's day (Dia de Thor, deus do Trovão), e Friday ou Frigg's day (Dia de Frigga, deusa mãe e esposa de Ódin).
Felizmente, graças a essa variedades de produtos e citações, temos a chance encontrar um caminho para aprofundarmos ou dar um ponta-pé inicial no desbravamento dessa cultural. A cultura pop possui diversos caminhos para tal, e talvez o que mais esteja em voga no momento seja justamente a série Vikings.
Inspirada nas Sagas do século XIII, a série de TV do canal History conta a história do lendário chefe viking Ragnar Lothbrok, famoso por se tornar rei da Dinamarca e por liderar diversas incursões de saque, exploração e comércio na Europa.  
Na narrativa acompanhamos Ragnar ainda como um jovem guerreiro viking que anseia por descobrir novas civilizações além dos mares. Juntamente com seu amigo, o hábil artesão Floki, ele constrói uma nova geração de drácares (o modelo de navio viking), mais velozes, e desafia o governante local, Duque Haraldson, um homem de pouca visão, a permitir incursões no noroeste da Inglaterra, até então inexplorado por eles. Apoiado pelo irmão Rollo, a sua esposa e Donzela do Escudo Lagertha, e alguns homens da pequena vila de Kattegat, Lothbrok consegue realizar os primeiros saques vikings no reino inglês da Nortúmbria.
No decorrer dos episódios e temporadas vemos o desenrolar das ações dos personagens e mergulhamos em batalhas sangrentas, explorações, disputas por poder, e traições. Desbravamos a tão citada e referenciada, mas tão pouco aprofundada, estranha cultura nórdica. Entre guerras e invasões, acompanhamos a transformação de um homem e sua família de pessoas comuns, a nomes que ficarão gravados para sempre na história!
Mantendo a qualidade regular, com algumas exceções assim como toda série, Vikings trabalha bem a mistura histórica e fantasiosa da cultura nórdica trazendo o contato desses povos com outras culturas através de suas expedições mar a fora, principalmente destacando o contato com os cristãos e sua religião tão distinta da realidade politeísta de suas crenças. A série aborda a trajetória de Ragnar Lothbrok e suas ambições e devaneios, mas vai além disso ao explorar os detalhes da vida cotidiana e cultura nórdica como um elemento vivo. O místico é sentido a todo instante apensar de não ocorrer de forma livre e velada; além disso a dualidade de crenças é bem trabalhada por personagens como Athelstan e Floki. 
Tentar exprimir em pouco espaço o que a série tem de melhor em pouco espaço, e sem dar spoilers, é uma dura e ingrata tarefa. São muitos elementos presentes, acrescentados e retirados, bem ou mal trabalhados, e não há como se prender a detalhes. Mas é extremamente válido dizer que Vikings se vale de muito mais que ação e violência para contar uma história de um líder guerreiro. Ah, pode apostar que esses elementos estarão presentes em muitos momentos, mas não se fazem o mais importante de tudo.
A série possui uma narrativa rápida, forte e intensa, mesmo quando intercalada por momentos de aparente calmaria. A passagem de tempo não é marcada de forma definida e o olhar desatento perde detalhes se não possuir foco. Isso auxilia a série a contar de uma forma melhor os acontecimentos da trajetória de seus personagens, que não são poucos. E a muito a contar. A série vai a todo momento trabalhando as questões filosóficas, conflitos psicológicos e ideológicos, que são fundamentais para o desenvolvimento dos personagens. Amizades, inimizades, amores, traições, não ficam orbitam somente Lothbrok, mas a todos que de certa forma se ligam a ele.
Os atores escalados fazem um excelente trabalho ao dar vida e personalidade aos personagens, mesmo os coadjuvantes. Apesar de o lendário herói ser o ponto central do seriado, é difícil gostar apenas dele quando temos uma leva de personagens intrigantes e cativantes como Lagertha, Floki, Rollo, Beorn e Athelstan. 
Os roteiros sóbrios, puxam o clima da série para o lado mais frio e adulto. A fotografia e a trilha também contribuem para que esse clima se evidencie e esteja presente em todos momentos da trama. Outro ponto que merece destaque é a produção, desde a caracterização quanto aos detalhes técnicos da preparação. As cenas de ação são bem coreografadas e executadas - na medida do possível - te fazem ficar vidrado na tela, ou virar o rosto em determinados momentos. 
Sabendo da máxima "Não devemos acreditar em tudo o que vemos na TV" a medida em que fui assistindo e me interessando procurei saber sobre a precisão histórica da série e encontrei diversas críticas, tanto positivas quanto negativas. Existe um bom embasamento histórico sobre as figuras apresentadas na série, mas a maioria é fruto de pesquisas com base nas narrativas de tradição oral que só foram documentadas séculos após o ocorrido.
Diversos críticos apontaram imprecisões históricas na maneira com que a série mostra a sociedade viking, a exemplo da maneira com que ela mostra o governo na Era Viking, o suposto desconhecimento da existência das ilhas Britânicas, e a utilização da pena de morte no lugar do banimento como forma de punição para crimes hediondos. Sobre a questão da precisão histórica da série, o produtor Michael Hirst comentou: "tive que tomar liberdades com Vikings porque ninguém sabe ao certo o que aconteceu na Idade das Trevas" e que "queremos que as pessoas o assistam. Um relato histórico dos vikings atingiria centenas, talvez milhares, de pessoas. Nós temos que atingir milhões."
Independente desse detalhe, Vikigns conseguiu, na minha opinião, atrair a atenção de um público para um tipo de conteúdo que não tem muito contato com a temática e despertar o interesse por essa cultura e história; É claro que além disso com seu enredo rápido e constante ação, capturou aqueles que procuram um entretenimento bom, adulto e violento. A série é mais que recomendada para os amantes de história e cultura nórdica, mas com certeza irá agradar todo aquele que gosta de boas tramas de guerra e ação. Aproveita que a netflix já lançou todos os episódios das três primeiras temporadas e confere você também, quem sabe não rola até maratona!?




Neuromancer

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No futuro, existe a matrix: uma alucinação coletiva virtual, na qual todos se conectam para saber tudo sobre tudo. Case, porém, não pode mais acessá-la.
Ele foi banido e, hoje, sobrevive como pode nos subúrbios de Tóquio. E continuaria a se destruir se não encontrasse Molly, uma samurai das ruas que o convoca para uma missão da qual depende toda a existência da rede. ​O romance de estre​ia de Gibson é o primeiro volume da chamada Trilogia do Sprawl, que ainda inclui os livros Count Zero e Mona Lisa Overdrive.
Esta​ edição comemorativa de 30 anos contém os extras: ​prefácio do autor escrito especialmente para o público brasileiro, três contos inéditos no Brasil e ambientados no universo Sprawl: Johnny Mnemônico, Hotel New Rose e Queimando Cromo (o​s contos trazem personagens e eventos presentes no livro) e uma ​entrevista de Gibson concedida ao escritor e crítico literário Larry McCaffery.​
Título: Neuromancer
Editora: Aleph
Autor: William Gibson
Número de páginas: 416


Neuromancer de William Gibson é tido como um dos precursores do gênero cyberpunk e em seus mais de 30 anos de publicação, inspirou toda uma leva de autores e obras, inclusive a famosa trilogia de filmes Matrix e o icônico anime e mangá dos anos 1990, Ghost In the Shell. Publicado originalmente em 1984, Neuromancer é considerado um marco por romper com a ficção científica clássica de Asimov, Clarke e Dick por seu forte apelo aos aspectos que viriam a ser consolidados como as bases fundamentais do cyberpunk. Temos grandes e poderosas corporações dominando a informação e controlando milhões de vidas humanas. O submundo do crime nunca esteve tão forte e organizado. A sociedade encontra-se num nível moral decadente, não é afeita a nenhum tipo de ética e seus maiores valores são exaltados na vaidade e no individualismo. Há também a forte presença tecnológica com implantes tecnológicos extremamente comuns e a convivência em ambientes virtuais como uma realidade.
É nesse mundo, beirando o caos distópico, que a trama se desenvolve. Acompanhamos Case, um cowboy do Sprawl, uma espécie de hacker profissional, contratado por toda sorte de criminosos para invadir os sistemas de grandes corporações e roubar dados confidenciais. Contudo, quando nos encontramos com ele, os seus dias de invasor de sistemas de computador já estão acabados. Ele teve a audácia de roubar os próprios patrões e teve o seu sistema nervoso “torrado” com a injeção de toxinas como punição,  sendo agora incapaz de se conectar ao ciberespaço pela interface da matrix. Nos subúrbios de Tóquio, Case está levando uma vida decadente, sem trabalho, sem dinheiro, descontando nas drogas a abstinência do ambiente virtual e cogitando o suicídio. A guinada vem quando ele recebe uma proposta irrecusável de Molly Millions, uma mulher bela e fatal que atua como samurai das ruas, extremamente técnica e profissional. Ela o recruta para uma missão a mando do excêntrico ex-militar Armitage, oferecendo a Case a cura e a chance de voltar à ativa no ciberespaço! E ele nem pensa duas vezes! Case inicia assim uma viagem vertiginosa pelo submundo da informática entre o Japão e o gigantesco conglomerado urbano que se estende de Boston a Atlanta, passa por Istambul e termina nas colônias orbitais onde ele finalmente descobre a real natureza de quem o contratou.
Exceto pelas referências de outras obras eu não sabia muito o que esperar de Neuromancer. O livro se mostrou um pouco confuso a princípio, mas depois que você pega o jeito com as trocas de cenários e núcleos de personagens, ele ganha uma fluidez e agilidade que raramente experimentei em outras obras. A prosa do Gibson beira a poesia e a surrealidade em alguns momentos e o autor se vale de metáforas e abstrações incríveis para nos transmitir emoções e sensações que doutra forma seriam dificilmente explicadas em palavras. É um livro alucinante, com uma trama simples, mas ainda assim, surpreendente com seus vários momentos de virada e onde o profundamente humano e o insanamente bizarro caminham lado a lado.
Os termos técnicos de computação usados pelo autor para compor a estética de Neuromancer não são grandes empecilhos e logo logo são assimilados, podendo passar a fazer parte do vocabulário do leitor (se é que já não o fazem, pois não somos todos garotos digitais do século XXI?). A vontade é de sentar confortavelmente no meu deck, conectar-me ao ciberespaço pela interface da matrix e, como alguns dos melhores cowboys, derrubar os ICEs duma grande zaibatsu, ou flipar para um dispositivo de simstim e sentir a ação e os perigos das missões dos samurais das ruas como a Molly.
Embora Case seja o protagonista e Gibson nos conte a história quase que inteiramente sobre o ponto de vista do cowboy, foi Molly a personagem que mais me despertou a atenção. Ela tem um histórico traumático e brutal cercado de mistério e que aos poucos vamos desvendando não recaindo nos estereótipos da masculinização e nem na hipersexualização como costuma ocorrer com personagens femininas em livros de ficção científica . É curioso notar que embora ela ainda seja humana, talvez seja também a personagem que mais se comporte como uma máquina ao longo do livro. Neste quesito ela é o principal contraponto às Inteligências Artificiais (IAs) cujos diálogos e comportamento emulam de forma perturbadora e convincente os dos próprios humanos.
Não posso deixar de mencionar a opção da editora Aleph por um projeto gráfico mais ousado para a sua Edição Especial de 30 Anos. O livro não possui uma capa convencional e deixa à mostra a costura da encadernação. A cor da linha é do mesmo tom de rosa das páginas que dividem cada uma das partes e dos capítulos internamente. Tudo isso numa caixa que faz as vezes de capa e protege a edição, que embora pareça frágil num primeiro olhar, se mostrou bastante resistente ao ser manuseada e carregada para lá e para cá durante a leitura. Esta edição especial ainda conta com três contos extras, até então inéditos no Brasil, ambientados no universo Sprawl: Johnny Mnemônico (que traz um pouco mais do passado de Molly e o inicio de seu relacionamento com Johnny), Queimando Cromo (meu favorito dos três e aquele cujo clima mais se aproxima de Neuromancer com direito a quebra de ICEs e a presença de IAs) e Hotel New Rose (sobre um fugitivo de uma das grandes corporações do Sprawl) além de uma entrevista de Gibson concedida ao escritor e crítico literário Larry McCaffery em que o autor comenta de maneira descontraída sobre as suas influências e o seu processo de criação e escrita.



Capitão América 3: Guerra Civil

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Quando o governo cria um órgão para supervisionar os Vingadores, o super time de heróis se divide em dois. Um liderado por Steve Rogers e seu desejo em manter os Vingadores livres para defender a humanidade sem interferência do governo, e o outro que segue a surpreendente decisão de Tony Stark em apoiar o governo na fiscalização de seus atos.



Título: Capitão América 3: Guerra Civil
Lançamento/Duração: 2016 - 147 minutos
Gênero: Aventura/Ação/Sci-Fi
Direção: Anthony e Joe Russo
Roteiro: 
 Christopher Markus e Stephen McFeely
Elenco: Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson, Sebastian Stan, Anthony Mackie, Don Cheadle, Jeremy Renner, Chadwick Boseman, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Paul Rudd, Emily VanCamp, Tom Holland, Daniel Brühl, Frank Grillo


Atrasados sim, mas aqui estamos. A essa altura é muito possível que já tenha assistido ao filme, mas só tive a oportunidade a pouco tempo e não poderia deixar de falar desse universo que tanto me agrada e continua agradar. Capitão América 3 - Guerra Civil é um filme muito bom e não precisa nem chegar ao fim da postagem para me ver falar isso.
Não estou aqui para falar apenas sobre como o filme é divertido ou para fazer comparativos com a HQ ou com o romance adaptado, isso você encontra aos montes por aí. Nós mesmos já falamos sobre Guerra Civil - Marvel quando resenhamos a adaptação literária dos quadrinhos e deixamos claros que todos esses produtos devem ser encarados de maneira separada. Agora o foco é apenas Capitão América 3 - Guerra Civil...


Após os acontecimentos de Capitão América 2 - Soldado Invernal e Vingadores 2 - Era de Ultron, os Vingadores tem atuado sob o olhar da desconfiança e sem apoio da S.H.I.E.L.D, apenas sob financiamento de Tony Stark. Contudo, após uma ação desastrosa em território nigeriano os principais governos do mundo decidem que os Maiores Heróis da Terra não devem atuar sem supervisão e permissão legal, violando leis internacionais e decidindo a quem devem salvar.
Alguns deles, como o Capitão América, não concordam com o Tratado de Sokovia e preferem não assinar algo que restrinja o direito de poder salvar o máximo de vidas possível, mesmo que para isso tenham-se baixas inevitáveis. Outros, como o Homem de Ferro acreditam que talvez essa seja a melhor opção. A cisão entre os Vingadores tem início, mas apenas na esfera psicológica e ideológica. Quando um violento atentado na ONU de suposta autoria do Soldado Invernal acontece em Viena, vitimando diversas autoridades, é que a guerra tem início...
Para algumas pessoas pode até parecer que dei spoilers, mas tudo isso que contei é visto superficialmente nos trailers. E acredite quando digo que essas informações são superficiais: há muito mais por trás do posicionamento dos personagens dentro dessa história do que os trailers deixam transparecer. 
Capitão América 3: Guerra Civil é um grande filme de ação e seu principal objetivo é entreter o público com seus combates e sequências eletrizantes, mas um dos pontos fortes do filme é a forma com que trabalha os personagens, mesmo com tantos deles tendo que dividir tempo de tela. O roteiro, embora possua alguma falhas e outras questões que ouso descordar, é bem trabalhado e atua bem para o ritmo siga bem, sem quebras bruscas e utilizando todos os recursos apresentados na trama.
A Marvel Studios tem acertado bastante em suas produções, desde sua concepção e escolha dos títulos ao produto final, não dá pra negar. É claro, existem diversos deslises e decisões não tão bem acertadas também, mas esses acabam sobrepostos pelos acertos e pela diversão proporcionada pelas superproduções. É muito improvável que na euforia, após a sessão e as cenas finais, você saia do cinema disposto a outra coisa a não ser comentar o quanto achou o filme bacana.
O elenco entrou totalmente no clima do filme, mesmo os novatos estavam muito confortáveis nos papeis dos heróis da Casa das Ideias. A interação entre os personagens é natural, fluida, sem forçação de barra. O núcleo de apoio do herói ajuda a levantar diversas piadas dos mais inesperados tipos, mas vão além de servir de escada e reforço em combate. A interação entre eles é muito boa e fundamental. O Pantera Negra e o Homem Aranha tem grandes momentos no filme e te deixam com vontade de logo ver mais sobre eles em tela. Contudo, nem tudo são flores e alguns personagens são relegados a participações menores como a Viúva Negra que tinha participado ativamente do filme anterior do Capitão América.
Apesar da trilha sonora meio morna, nada tão marcante, o filme compensa com os efeitos visuais e cenas de ação bem dirigidas e coreografadas. O filmes está recheado de sequências eletrizantes com destaque para aquela que TODO MUNDO que foi ao cinema estava esperando, que é o embate entre os grupos no aeroporto de Berlim. Não tem como não vibrar de empolgação quando esse fã-service gigante invade as telonas, é pancadaria entre amigos sim, é luta contra o inimigo errado sim, mas ninguém se importa em ver aquelas cenas de ação em tela.
O filme com certeza absoluta será um dos mais divertidos que irá assistir esse ano, pois consegue dosar perfeitamente ação, "dramas", comédia e aventura sem quebrar ritmo cada qual seu devido momento. Capitão América 3: Guerra Civil entrega para o espectador uma experiência extremamente positiva de entretenimento, capaz de agradar pessoas dos mais variados gostos. É diversão descompromissada e garantida, vale a pena conferir.



Multiverso X EP.:04 - Camundongos Submersos

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O Capitão Ace Barros, o navegador Airechu, a assistente de bordo Hall-e se reuniram para mais um relatório de exploração trazendo como dicas o boardgame Mice and Mystics e o romance A Menina Submersa.
Ouça e descubra a fabular aventura de camundongos e magias presente nesse boardgame bastante familiar divertido e reúna seus amigos para salvar o reino da terrível Vanestra. Aproveite e conheça um pouco sobre a história de Imp, e tente conosco decifrar os mistérios envoltos nessa névoa de esquizofrenia! Acompanhe-nos, estimado explorador de universos!

COMENTADO DURANTE O PROGRAMA:

MICE AND MYSTICS

Imagem do Jogo
Site Oficial do Jogo - AMERICANO - NACIONAL
Resenha do Multiverso X (Com a Miniaturas do Ace pintadas)
Vídeo Resenha e Partida Completa no Canal Jack Explicador

Imagens de Miniaturas Customizadas 
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A GAROTA SUBMERSA
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Resenha do Multiverso X
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COMENTADO DURANTE O  HOLODECK (Contatos e Recados)

Vídeos da Semana da Toalha do canal Chovendo Livros
Blog Chovendo Livros da Rafaela PaludoEnquanto Estrelas Caem - Novo livro do A. Koben disponível no Wattpad
O Retrado da Insanidade e Outros Contos - Novo livro do Ricardo Brandes no Wattpad
Horo: O Castelo da Neblina - Campanha no Catarse - Post no Multiverso X

Campanha de Financiamento Coletivo do boardgame Drillit! - A Fuga da Montanha de Cristal

DURAÇÃO: 1 h 02 min 18 seg

CRÉDITO DAS MÚSICAS:

– Music by Dan-O at DanoSongs.com
– Music by Kevin MacLeod (incompetech.com) licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0 – http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/

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O Maravilhoso Mágico de Oz

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Quando a menina fazendeira Dorothy voa para longe até o Mundo Mágico de Oz, ela tem um encontro com uma Bruxa Má, liberta um Espantalho vivo e é saudada pelos Munchkins como uma poderosa feiticeira… Mas tudo o que ela deseja saber é: como voltar para casa?
Vencedora do Prêmio Eisner de Melhor Série Limitada e Melhor Publicação para Crianças, o encadernado reúne as edições #1 a 8 da minissérie The Wonderful Wizard of Oz.


Título: O Maravilhoso Mágico de Oz
Editora: Marvel/ Panini Comics
Autor: L. Frank Baum, Erick Shanower e Skottie Young
Número de páginas: 216


Publicado pela primeira vez em agosto de 1900, O Mágico de Oz se tornou um sucesso imediato, conquistando leitores de todas as faixas etárias. A obra de Lyman Frank Baum é considerada a mais famosa história infantil da literatura americana, tendo sua importância e influência equiparadas nos Estados Unidos àquela que Alice No País das Maravilhas de Lewis Carroll teve na Inglaterra. A obra já foi inúmeras vezes adaptada para o teatro e o cinema, cantada, citada, traduzida para os mais diversos idiomas e sua trama aparentemente simples ainda hoje continua surpreendendo os mais diversos públicos e leitores.
L. Frank Baum, disse ainda na Introdução da sua primeira edição de O Mágico de Oz ter procurado escrever um conto de fadas moderno, comprometido com a admiração e a diversão das crianças por meio de uma jornada de aventura num mundo encantado, em que os sofrimentos e pesadelos de cunho moral, altamente presentes na literatura infantil até então, fossem deixados de fora. Ele queria contar uma história fascinante e criativa, em que coisas aconteciam o tempo todo e que mantivesse presa a atenção dos seus pequenos leitores. É com este mesmo espírito que Erick Shanower e Skottie Young, mais de um século depois, concebem esta adaptação para quadrinhos do clássico livro de Baum encomendada pela Marvel Comics. O Maravilhoso Mágico de Oz da Marvel foi publicado como minissérie em oito edições, posteriormente reunidas e lançadas em volume único.
Nossa história começa em mais um dia normal na vida da pequena Dorothy, em uma região rural do Kansas nos Estados Unidos, onde ela morava com os seus tios Henry e Em, até que, em meio à confusão de um tornado e preocupada em recuperar seu cãozinho Totó, ela é transportada com a casa e tudo para um mundo estranho e mágico, habitado por seres fantásticos e dominado por bruxas más a Leste e a Oeste. Ansiando por voltar para casa, a menina recebe dos habitantes do estranho lugar a orientação de que deveria procurar a ajuda do poderoso e misterioso Feiticeiro de Oz na Cidade das Esmeraldas, seguindo a longa estrada de tijolos amarelos, que cortava todo aquele país. Assim, Dorothy parte, com seu fiel cãozinho Totó dando início a uma longa jornada através da terra de Oz. Nesse mundo, a garota fará alguns novos amigos: o Espantalho carismático e muito simpático, o Homem de Lata sensível e amoroso e o Leão Covarde rechonchudo e dócil. Juntos, eles terão que enfrentar diversos perigos e, acima de tudo, encarar os seus próprios medos numa empolgante jornada de autodescoberta.
É bem provável que você se lembre de muitos dos elementos acima, mas o universo criado por Baum é tão vasto e diverso como qualquer outro mundo de fantasia. Há itens mágicos como os Sapatinhos de Prata herdados por Dorothy e o Chapéu de Ouro que controla os Macacos Alados, bruxas e fadas poderosas tanto boas quanto más, uma Rata Rainha dos Ratos Campestres, o grande mago (ou Mágico) de Oz, povos exóticos como os Munchkins e muito mais!
Eric Shanower é o roteirista responsável pela adaptação do romance de Baum para quadrinhos e como fã confesso de Oz buscou deixar a sua versão o mais fiel possível ao livro, resgatando elementos e detalhes perdidos em tantas outras releituras e adaptações já feitas para as mais diversas mídias. Os textos e diálogos tem a mesma aura divertida e encantandora do livro e contam com uma boa fluidez. Aos poucos vamos redescobrindo cada um daqueles personagens e as suas motivações. É interessante notar a forma como as características individuais complementam o grupo enquanto acompanhamos o desenvolvimento das personalidades de cada um durante a longa jornada pela Estrada de Tijolos Amarelos. Prevalece o espírito da cooperação mútua e logo torcemos por eles enquanto tentamos ansiosos adivinhar quais perigos os espreitam logo a frente.
A arte de Skottie Young confere aos personagens e à terra de Oz uma expressividade exótica própria. Eu sou muito movido pelo visual e quando vi a capa com o traço quase cartunesco do ilustrador, soube imediatamente que aquela era uma graphic novel que eu precisava ler! Embora possua um estilo totalmente diferente das ilustrações originais de W. W. Denslow, a versão de Young mantém as características definidas por Baum para seus personagens, recriando-os com um design um pouco mais radical que nos cativa de imediato sendo diferente de tudo já feito anteriormente com relação a Oz. O traço de cartoon altamente estilizado de Skottie Young não deixa de transmitir alegria e vivacidade num rápido primeiro olhar. As linhas soltas e aparentemente despojadas escondem a intencionalidade dos movimentos e iluminação enquanto definem as formas ilustradas. Os quadros possuem bordas bem definidas e as ilustrações não vazam em momento algum por elas, o que confere à obra um tom clássico e funcional.
Acrescente a tudo isso o notório trabalho de colorização de Jean-Francois Beaulieu e temos uma verdadeira obra prima! O colorista usou paletas de cores específicas para cada situação e localidade da história criando um verdadeiro espetáculo visual para deleite do leitor. Os verdes da Cidade Esmeralda, os tons frios e sombrios das terras da Bruxa Má do Oeste e as diferenciações entre os períodos de dias claros e cristalinos, o entardecer laranja e quente e a noite azul cinzenta são um convite para que o nosso olhar se demore mais um pouco contemplando aquelas páginas antes de virá-las. Quem já viu a famosa adaptação cinematográfica de 1939 provavelmente vai se lembrar do uso notável do Technicolor, uma técnica pra colorização de filmes e uma verdadeira revolução para a indústria do cinema na época. No filme, as cenas no Kansas, o mundo comum de Dorothy, eram exibidas em preto-e-branco com tons em marrom, como na maioria dos filmes até então, mas quando chegamos em Oz, a tela simplesmente explodia em imagens vibrantes de cores em Technicolor. Um contraste tão grande assim não ocorre nesta adaptação em quadrinhos, mas é possível imaginar que o colorista tivesse algo semelhante em mente quando trabalhava nela.
Para quem já está acostumado a comprar quadrinhos encadernados da Panini, não há muito o que comentar sobre as características físicas desta graphic novel. Ela possui acabamento de luxo, com capa dura e verniz localizado e o miolo é em papel couche brilhante. Como extras essa edição traz uma Apresentação feita pelo roteirista, uma Galeria de Capas, com as imagens originais das capas da edição de banca norte-americana e um sketchbook com esboços dos personagens, artes conceituais e etapas do processo de criação e produção comentados pelos autores. A tradução ficou a cargo de Paulo França, com letras de Donizeti Amorim e não notei quaisquer erros de revisão durante a leitura.
O Maravilhoso Mágico de Oz da Marvel teve sua qualidade reconhecida ao faturar o Prêmio Eisner nas categorias Melhor Série Limitada e Melhor Publicação Para Crianças em 2010. Com o sucesso, a Marvel encomendou para a mesma equipe criativa, novas adaptações de livros de Baum também ambientados em Oz. As histórias deste mundo fantástico seguiram sendo contadas em The Marvelous Land of Oz, Ozma of Oz, Dorothy and the Wizard in Oz, Road to Oz e The Emerald City of Oz. Contudo estas últimas séries, infelizmente, ainda permanecem inéditas no Brasil.
Adaptações d'O Mágico de Oz existem aos montes, mas poucas como essa da Marvel são capazes de despertar no leitor a mesma sensação de maravilhamento e encanto tanto por ser um trabalho de altíssimo nível e qualidade quanto por capturar com grande êxito a mesma essência de diversão e criatividade idealizada por L. Frank Baum lá no início. Permito-me parafrasear o autor e recomendar essa obra para encantar a todas as crianças de hoje, tanto aquelas que são realmente jovens quanto aquelas que nunca deixaram de existir dentro das crianças crescidas, também chamadas de adultos.


Voo Fantasma

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Uma mistura de A Identidade Bourne com Indiana Jones num thriller de tirar o fôlego, de Bear Grylls, astro das séries À prova de tudo e No pior dos casos.
Mãe e filho são sequestrados de dentro de uma barraca numa montanha nevada. Um soldado leal é torturado e executado num pântano remoto. Um avião de guerra desaparecido, contendo um segredo de proporções catastróficas, é descoberto no coração da Floresta Amazônica. Uma única trama une esses três acontecimentos, e só um homem será capaz de desvendá-la: Will Jaeger, o caçador. Jaeger, ex-combatente do Serviço Aéreo Especial britânico, se vê envolvido numa conspiração que pretende fazer renascer das cinzas o Terceiro Reich de Hitler – e que vai levá-lo da África, via Reino Unido, para as profundezas da Amazônia, onde se escondem segredos macabros da Segunda Guerra Mundial
Título: Voo Fantasma
Autor: Bear Grylls
Editora: Record
Número de páginas: 462


Um nome grande e colorido em destaque na capa prende minha atenção e logo reconheço a quem ele pertence. Isso por si só é o suficiente para prender a minha curiosidade e fazer com que me aproxime e verifique do que se trata aquela obra, afinal o autor é conhecido por seu histórico de viver aventuras reais. Lendo a sinopse entendo se tratar de um romance especulativo, um thriller conspiratório envolvendo a Segunda Guerra Mundial, Terceiro Reich e cenários exóticos. Então me questiono: seria Bear Grylls capaz de produzir um conteúdo bacana também na ficção?
Voo Fantasma conta a história de William "Will" Jaeger, um ex-oficial da SAS Britânica que após perder mulher e filhos, os quais não acredita terem morrido, abandona sua vida para buscar pistas de seu paradeiro. A última delas o levou até a Guiné Equatorial, ou foi preso e trancafiado em um calabouço onde vem sendo torturado sob a acusação de conspirar contra o governo. Mas nos momentos de necessidades é que surgem os amigos e Raff, um maori ex-membro da SAS, surge para resgatá-lo.
Como não existe almoço grátis Jeager descobre os motivos por trás do resgate, além da amizade: um de seus melhores amigos morreu sob condições suspeitas e sua presença é requisitada para substituí-lo em uma missão, ou melhor dizendo, uma expedição patrocinada para a produção de um documentário/reality show sobre uma misteriosa aeronave sem registro - um voo fantasma - perdida na floresta amazônica. Intrigado após encontrar uma suposta ligação entre a morte de seu amigo, o passado de seu avô militar e o desaparecimento de sua família.
William aceitar liderar o grupo expedicionário e encontrar respostas para suas perguntas em meio a saltos de para-quedas, lutas corporais, aranhas mortais, nadar com piranhas e jacarés, encontrar índios isolados, enfrentar sanguessugas, traições e inimigos armados na floresta amazônica. A cada passo dado uma coisa fica mais clara na mente de Jeager: talvez a ameaça nazista não tenha morrido com Hitler na guerra...
O resultado dessa mistura é o que você acompanha neste livro. Bear Grylls consegue trabalhar bem os conceitos planejados e executar sua aventura inicial como autor de maneira satisfatória. Os personagens são bem desenvolvidos ao decorrer da trama, alguns mais outros menos, mas o destaque evidentemente foca com o protagonista. Muitos mistério rondam os outros personagens, mesmo os mais próximos ainda escondem muito segredos. E disso o livro está cheio. A trama vai além da resolução do mistério que nomeia o livro, entregando o proposto e introduzindo novas questões sobre a conspiração descoberta, tal qual uma série com novos problemas surgindo no último episódio da temporada. Que por sinal Voo Fantasma daria uma série de TV bem bacana.
Grylls traz para as páginas do livro muito de si. Voo Fantasma é nitidamente calcado em suas experiências pessoais, tanto para a composição do personagem principal - que assim como o autor é um ex-membro das forças armadas - quanto para a função descritiva do narrador. Isso traz peso e um pouco de realidade para a obra, já que tem propriedade para falar sobre sobrevivência, aventuras e a vida militar, e não apenas baseia-se em pesquisas e consultas. Todo essa carga é transferida para a narrativa detalhada, porém ágil, e essencial para a construção dos detalhes da história e cenários. Alguns podem considerar isso tanto um ponto positivo quanto negativo, vai depender de seu gosto e expectativa.
No entanto esse zelo da parte do autor, em diversos momentos, acaba passando desapercebido ao se misturar com os detalhes fictícios tornando-o difícil de distinguir quem é quem na história. Quanto mais distante a informação for da sua realidade, maior a chance disso acontecer. Nem precisa ir muito longe: toda a parte da Amazônia com as tribos indígenas, animais e geografia já é difícil de separar.
Em suma, Voo Fantasma termina deixando no leitor uma dupla sensação: a de ter lido uma grande introdução - não leve isso para o sentido ruim - e a de saber que a série pode apresentar ainda muita coisa boa. Bear Grylls com certeza nos entrega em seu romance de estreia um divertido thriller conspiratório com boas doses de adrenalina, ação, mistério e suspense, que vale a pena ser lido. Quem gosta de bons livros do gênero acaba de encontrar mais um para incluir em sua lista.



Ilustraverso: John Ariosa

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Todo mundo ama uma boa capa, um mapa bem feito e ilustrações apaixonantes, sejam elas em livros, grafic novels, guias ilustrados, para usar de papel de parede ou pelo simples prazer de admirar. Porém nem todo mundo costuma dar a valor a pessoa por trás da arte, mas por sorte aqui é diferente. Quem sabe você não descobre aqui a pessoa que vai ser responsável por aquele presente diferenciado ou para concluir/iniciar aquele projeto que está engavetado: uma HQ ou a capa e ilustrações de um bom livro.
Na sessão Ilustraverso o artista e sua arte tem vez e reconhecimento. A artista da vez é uma ilustrador cada vez mais presente nos jogos de tabuleiro, responsável inclusive pelas artes de Mice and Mystics (sim, aquele mesmo que falamos no podcast). Conheçam a arte de John Ariosa!
John Ariosa é formado em Desenho Industrial e Design de Produtos pela University of Cincinnati DAAP, e tem atuado como ilustrador freelancer destaque no mercado de boardgames.
Com base em Nova York, John já desenvolveu projetos artísticos para algumas das principais empresas de atuação do mercado dos jogos de tabuleiro como Fantasy Flight, Hasbro, Plaid Hat Games. Alguns de seus trabalhos já estão presentes nas versões nacionais de jogos como Bullfrogs, Mice and Mystics e Summoner Wars.
Você pode conferir uma amostra da arte aí embaixo e as galerias no Site da Artista, no ArtStation ou no DeviantArt. Aos interessados em um contato profissional e em obter mais informações, o contato pode ser feito através do email: ariosadeign@gmail.com ou pelo formulário na aba de contato de seu site.

Garota Exemplar

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Uma das mais aclamadas escritoras de suspense da atualidade, Gillian Flynn apresenta um relato perturbador sobre um casamento em crise. Com 4 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo – o maior sucesso editorial do ano, atrás apenas da Trilogia Cinquenta tons de cinza –, "Garota Exemplar" alia humor perspicaz a uma narrativa eletrizante. O resultado é uma atmosfera de dúvidas que faz o leitor mudar de opinião a cada capítulo. Na manhã de seu quinto aniversário de casamento, Amy, a linda e inteligente esposa de Nick Dunne, desaparece de sua casa às margens do Rio Mississippi. Aparentemente trata-se de um crime violento, e passagens do diário de Amy revelam uma garota perfeccionista que seria capaz de levar qualquer um ao limite. Pressionado pela polícia e pela opinião pública – e também pelos ferozmente amorosos pais de Amy –, Nick desfia uma série interminável de mentiras, meias verdades e comportamentos inapropriados. Sim, ele parece estranhamente evasivo, e sem dúvida amargo, mas seria um assassino? Com sua irmã gêmea Margo a seu lado, Nick afirma inocência. O problema é: se não foi Nick, onde está Amy? E por que todas as pistas apontam para ele?
Título: Garota Exemplar
Editora: Intrínseca
Autor: Gillian Flynn
Número de páginas: 448


Não foram poucas as vezes em que me deparei com comentários elogiosos sobre Garota Exemplar, principalmente após a estreia de sua adaptação cinematográfica. Frequentemente listado como um thriller psicológico sobre um relacionamento em crise, com narradores dúbios, suspense e muitas meias verdades, logo o best-seller de Gillian Flynn despertou meu interesse.
O livro começa sua narrativa quando Nick Dunne e Amy Elliott Dunne, o casal de protagonistas, estão prestes a completar cinco anos de relacionamento. Como acontece todos os anos naquela data, Nick se prepara psicologicamente para mais uma tradicional caça ao tesouro preparada por sua esposa, em que uma pista sobre algo importante que apenas ela parece se lembrar, leva a outro local onde estaria a pista seguinte, e assim sucessivamente, até que o presente de aniversário de casamento fosse encontrado. Contudo, naquele ano, algo diferente acontece: Amy simplesmente desaparece, pouco depois de Nick sair para o trabalho, pela manhã.
O caso logo chega ao conhecimento da polícia, que se depara com uma cena de crime forjada e uma série de evidências de um casamento conturbado, levando a crer que Nick matara a esposa e se livrara do cadáver. Apenas a convicção de Nick de que jamais agredira Amy e de que as pistas encontradas foram convenientemente deixadas para incriminá-lo sustentam a sua inocência, mas é díficil crer nisto pois ele mesmo se contradiz e se comporta de maneira suspeita…
É dentro deste cenário perturbador de suspense, com reviravoltas e segredos pipocando a todo instante que Gillian Flynn nos conduz numa trama eletrizante, enquanto desenvolve as personalidades de Amy e Nick. A autora realmente construiu personagens críveis e palpáveis, com qualidades e defeitos, que erram e acertam e nos fazem vibrar de expectativa pelo que acontecerá nas páginas seguintes. Os coadjuvantes também encontram o seu espaço, sendo bem construídos e caracterizados. Temos Margo (apelidada de Go), a irmã gêmea de Nick; os pais de Amy que fizeram fortuna com uma série de livros inspirados em sua filha, Marybeth e Rand; a detetive policial Rhonda Boney; o advogado de Nick, Tanner Bolt; o aficionado por Amy, Desi Collings; e até mesmo as apresentadoras de TV Ellen Abbott e Sharon Schieber.
O livro ainda aborda em suas entrelinhas temas atuais e pertinentes como o feminismo, com a presença de uma personagem feminina marcante tanto pela suas próprias convicções quanto por suas ações e postura na trama, o espetáculo e a exploração midiática sobre casos de grande comoção social e as crises financeiras como um dos grandes pivôs das crises conjugais.
Apenas a escolha daquele final me deixou em dúvida. Enquanto parecíamos ser conduzidos por um caminho, uma nova maquinação é posta para funcionar e ocorre mais uma virada corajosa e inesperada por parte da autora. Após tudo o que vimos anteriormente é difícil se convencer de que apenas essa tal virada seja suficiente e se sustente. Estarei errado? O livro termina de forma vaga com relação ao futuro, mas também não deixa de dar algumas boas motivações para que aceitemos o que acontece ali. Não há furos, mas sobram brechas para especulação.
Me aprofundar mais sobre a trama e seus personagens poderia revelar detalhes do enredo e tirar grande parte do fator surpresa que sem dúvida é um dos pontos mais fortes do livro. Quanto menos você souber deles, melhor será sua experiência de leitura. Como raramente leio suspenses e policiais, gostei do livro, da estrutura e comprei grande parte do que me foi contado, mas tenho consciência de que algumas das opções narrativas talvez já não sejam novidade para os mais aficionados pelo gênero, assim como a jornada do herói não é para quem gosta de histórias de fantasia.
Estruturalmente Garota Exemplar é dividido em três grandes Partes, pautadas por momentos de grande virada na trama principal, que vai se alternando em capítulos curtos, narrados por Amy e Nick, a princípio em tempos verbais diferentes. Tal escolha, muito acertada por sinal, faz com que tenhamos as visões particulares de cada um deles sobre o relacionamento e a personalidade do outro. Aos poucos vamos moldando a imagem de cada um dos personagens e tomamos partido de um dos lados para no momento seguinte duvidar do seu caráter. São tantas reviravoltas que não raro perdemos o ar enquanto tentamos desvendar o mistério que cerca o desaparecimento de Amy e descobrir quem está mentindo afinal. O livro possui uma boa diagramação e um ritmo ágil, favorecido tanto pela prosa fluida da autora, quanto pelos capítulos curtos já citados, sendo considerado por isto um page turner genuíno. A tradução ficou a cargo de Alexandre Martins e o livro ganhou uma reimpressão recentemente, além de possuir também uma edição com a capa do filme de 2014.
Garota Exemplar expõe de forma visceral a fragilidade das relações humanas encobertas pela fachada de um casamento bem sucedido com boas doses de sadismo e suspense, numa trama inteligente e intrigante, com personagens densamente construídos e que inevitavelmente vão deixá-lo chocado em algum momento. Para quem gosta de personagens quebrados e histórias levadas às últimas consequências, Garota Exemplar é um prato cheio e faz jus ao sucesso alcançado tanto do público quanto da crítica.



Guardiões da Galáxia - Rocket Racoon & Groot: Caos na Galáxia

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Quando os poderosos Vingadores… Bem, eh, não, este livro não é sobre eles. Na verdade, este livro não é sobre ninguém lá muito famoso. Enfim… Um guaxinim falante e uma árvore que anda entram em um bar… Sim, esta história vai começar assim. No momento não vamos falar de honra, de heroísmo ou sobre as mãos desconcertantemente humanas de Rocket Racoon. Vamos falar sobre um livro além do Universo, sobre uma narrativa incomum e, principalmente, sobre quanta flark pode acontecer quando você resolve se juntar a Rocket e Groot e sua vida desmorona, o Império Kree e a Tropa Novaquerem sua cabeça e, acreditem ou não, tudo isso ainda pode ser o menor dos seus problemas. Acreditem em mim, sou um Gravador Rigelliano. Talvez minha existência dependa somente do quão rápido as insanas, irracionais e inumanas armas de Rocket e a calma destruidora de Groot puderem nos manter vivos. Naves espaciais colidirão e a morte gloriosa será iminente… Um dia no mínimo complicado, em minha sutil opinião. Mas, por algum motivo, parece ser totalmente familiar para os Guardiões da Galáxia.
Título: Guardiões da Galáxia - Rocket Racoon & Groot: Caos na Galáxia
Título Original: Guardians of the Galaxy - Rocket Racoon & Groot: Steal the Galaxy
Editora: Novo Sérculo - Série Marvel
Autor: Dan Abnett
Número de páginas: 416


Um guaxinim e um árvore entram num bar... Eu sei, a frase lembra uma típica piada surrealista mas assim começa a nova aventura, como bem faz questão de lembrar o nosso narrador. Aproveitando o destaque dado aos personagens pelo filme e mesclando com o vasto histórico dos personagens nos quadrinhos, a Marvel encomendou para sua série literária uma louca aventura dessa exótica e carismática dupla pelas mãos de Dan Abnett - responsável pelo livro Vingadores: Todos Querem Dominar o Mundo. O resultado? Exatamente o que diz o título da obra: Caos na Galáxia.
Nossa aventura começa em Xarth Três, um distante planeta nos confins do universo, onde Rocket - guaxinim de mãos desconcertantemente humanas -  e Groot - a árvore humanoide de vocabulário pouco articulado do Planeta X - tentam encontrar um comprador para a carga de zixos (uma fruta estranha intergalática) que transportavam. Mas porque flark eles estão lá, você pode se perguntar. Bom estimado leitor, os Guardiões da Galáxia estão em hiato, o grupo está separado e todos precisam de dinheiro para sobreviver. Não é mesmo? Contudo seria pedir demais deixar que a dupla apenas conseguisse a grana e bebesse seus bons drink em paz.
Quando um grupo de Badoons da Irmandade da Guerra que estão na caçando de um específico Gravador Rigelliano - um robô construído para viajar o universo e reunir conhecimento - começam uma confusão no bar, Rocket é forçado a entrar na briga. Afinal, os flarksBadoons explodiram seu copo de timóteo! 
Motivada pela ganancia - afinal algo que custasse tanto esforço deveria valer algum dinheiro - e talvez um pouco de coração mole, a dupla foge do planeta carregando consigo o gravador. Nenhum dos três sabe qual o motivo da perseguição, nem mesmo o Cara-Gravador desmemoriado, uma coisa é certeza: os Badoons estão longe de ser os únicos interessados nesse segredo. E talvez o futuro da galáxia dependa disso...
Frenético do início ao fim, Guardiões da Galáxia - Rocket Racoon & Groot: Caos na Galáxia é uma divertida Space Opera com fortes influências de filmes da ação e ficção científica, e temperada com aventura, humor e - literalmente - tiro, porrada e bomba! Não se deixe enganar pela presença de um guaxinim e uma árvore na história, morte, sangue e batalhas espaciais são elementos da trama. O clima instantaneamente remete ao filme O Quinto Elemento com seu personagem desmemoriado e as perseguições, mas as referências não param por aí, há muita coisa por aqui. Dan Abnett soube usar e abusar da liberdade dada para o quase desconhecido Universo Cósmico da Marvel e também aproveitar aquilo já criado. Talvez esse seja o livro com mais referências obscuras para os não-fãs dos quadrinhos, mas por se tratar de um universo quase novo e expandido como diversos planetas e raças - como Star Wars - esses detalhes acabam não se tornando importantes para a trama. Saber ou não o que é um Badoon ou quem é Adam Warlock e Pip, o troll, antes de ler o livro é irrelevante. Tudo que você precisa saber, e talvez mais um pouco, é contado pelo narrador da história.
Por falar nisso nobre amigo, é justamente por conta dele que utilizei todos esses artifícios de proximidade e informalidade durante o texto. Com exceção dos capítulos narrados de maneira impessoal, pois o personagem não está presente na cena, todos os capítulos são contados pelo ponto de vista do Gravador Rigelliano 127. A narrativa é fluida, e mesmo nos momentos que envolvem termos e questões cientificas o leitor não fica perdido pois é tudo explicado de maneira simples, sem se arrastar em complexidades. O autor não se perde em descrições desnecessárias, embora se utilize do chiste para formar a personalidade do personagem narrador - inicialmente um chato - e ao decorrer da trama mostrar como a convivência com a dupla fora-da-lei o influência também na narrativa. Fica a cargo do Gravador também o papel de conexão com o leitor, pois a história está sendo contada de forma direta para o leitor, então é normal vê-lo "interagindo" e fazendo referências a cultura da terra para facilitar a assimilação de algumas situações alienígenas.
Se Abnett, já havia mostrado que sabe trabalhar os personagens e o universo Marvel da melhor forma possível em Vingadores: Todos Querem Dominar o Mundo, agora então deixa isso ainda mais em evidência. Os protagonista dão show de entrosamento e apesar das diferenças formam uma equipe balanceada e divertida, e a entrada de Gamora - A Mulher Mais Mortal da Galáxia - na história é fundamental para isso. A pluralidade do cenário é ressaltada a todo instante, seja pelos detalhes alienígenas na arquitetura ou pelo linguajar, com seus flarks palavrões e gírias, ou pela presença das centenas de criaturas, governos e organizações. Não é nada fácil para os nossos heróis ser caçados por Cavaleiros do Espaço, os Impérios Kree e Sh'iar, a Tropa Nova, a Irmandade da Guerra Badoon, a corporação Timely Inc, e a Igreja Universal do Reino de Deus da Verdade.
Com ação desenfreada, bastante humor, batalhas espaciais e fugas alucinantes, mas sem deixar de lado as entrelinhas - as críticas e reflexões - que permeiam os livros de ficção científica, Caos na Galáxia é um convite ao entretenimento e a diversão, uma fuga descompromissada de tramas complexas e  relacionamentos complicados. Acompanhar essa galera nessa jornada é certeza de diversão, Eu sou Groot... quer dizer, eu garanto!



Financiamento Coletivo: Space Cantina

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Titulo: Space Cantina
Produtora: Ace Studios
Criação: Fel Barros & Warny Marçano - Arte: Lucas Ribeiro
Tipo: Board Game - Table Top (Estilo Eurogame)


O mais novo jogo de autoria do Game Designer Fel Barros - dessa vez em parceria com Warny Marçano - e da produtora Ace Studios já está consolidado como um grande sucesso. Quem acompanha o mercado nacional de Boardgames conhece o trabalho do Fel e sabe que esse é um nome respeitado tanto no Brasil quanto interacionalmente, seja por suas criações ou por sua atuação na aprovação e aconselhamento na produção de jogos.Esses fatos corroboram para um atestado de confiabilidade e qualidade da marca, o que dá mais segurança para apoiadores de primeira viagem poderem apostar sem medo. Você deve estar se perguntando: mas e o jogo novo será que vale a pena? Só vamos saber conhecendo-o:
Depois que a Federação Intergaláctica aprovou a construção do maior complexo comercial conhecido no Universo, dezenas de comerciantes espaciais decidiram abrir um negócio por perto, no Space Cantina. Você é um deles, tentando ganhar mais dinheiro com seu restaurante. Porém, a concorrência é enorme.
Diariamente, várias criaturas espaciais passam pelo complexo e você precisa agradar os mais variados tipos: aliens, ciborgues e robôs. Seja contratando como assistente ou atendendo como cliente.
Preparando comidas, bebidas e sobremesas e agradando a clientes que podem ser inclusive críticos gastronômicos, você tem a chance de levar seu restaurante a ser um dos negócios mais rentáveis do Universo!
Space Cantina é um jogo de alocação de dados e gerenciamento de recursos, onde cada jogador administra seu restaurante, contratando garçons, promovendo para outras funções e atendendo os mais variados tipos de clientes! Quanto mais você agradar aliens, ciborgues e robôs, cada um deles vai oferecer um benefício diferente. Porém, cuidado para não atrasar muito no atendimento ou deixar de atrair clientes mais rentáveis para você!





O projeto do jogo Space Cantina entrou em financiamento coletivo pelo Kickante (http://www.kickante.com.br/campanhas/space-cantina-board-game) no dia 05 de Junho para arrecadar através dos apoios dos gamers e entusiastas a singela meta de 15 mil reais, e em menos de uma semana já conseguiu 400% do valor da meta. E esse valor traz apenas vantagens ao apoiador, pois o financiamento dispõe de metas estendidas que acrescentam mais conteúdo e melhoramentos ao jogo. O melhor de tudo é: a campanha ainda está no início e esse valor ainda aumentar bastante nesses 38 dias restantes; Ou seja, muitas melhorias ainda estão por vir. :D
Para quem ficou interessado, a campanha possui tipos diferentes de apoios, com valores diferenciados para atender a jogadores, colecionadores e lojistas. Você pode conferir o vídeo abaixo feito pelo pessoal do Bafo do Dragão e ver com o jogo funciona na prática. Não esqueça de conferir a página do projeto para descobrir mais informações sobre o jogo: quais exatamente são as recompensas, detalhes sobre como jogar, quais são os extras, os recursos adicionais, etc.
Apoie, divulgue e construa seu restaurante no fim do universo da maneira e entre nessa batalha culinária para mostrar aos críticos que você é o dono da melhor Space Cantina!



O Demonologista

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A maior astúcia do Diabo é nos convencer de que ele não existe", escreveu o poeta francês Charles Baudelaire. Já a grande astúcia de Andrew Pyper, autor de O Demonologista (DarkSide® Books, 2015), é fazer até o mais cético dos leitores duvidar de suas certezas. E, se possível, evitar caminhos mal-iluminados.
O personagem que dá título ao best-seller internacional é David Ullman, renomado professor da Universidade de Columbia, especializado na figura literária do Diabo - principalmente na obra-prima de John Milton, Paraíso Perdido. Para David, o Anjo Caído é apenas um ser mitológico. Ao aceitar um convite para testemunhar um suposto fenômeno sobrenatural em Veneza, David começa a ter motivos pessoais para mudar de opinião. O que seria apenas um boa desculpa para tirar férias na Itália com sua filha de 12 anos se transforma em uma jornada assustadora aos recantos mais sombrios da alma.
Enquanto corre contra o tempo, David precisa decifrar pistas escondidas no clássico Paraíso Perdido, e usar tudo o que aprendeu para enfrentar O Inominável e salvar sua filha do Inferno.
Título: O Demonologista
Editora: Darkside Books
Autor: Andrew Pyper
Número de páginas: 448


O Demonologista é o tipo de livro ao qual eu raramente resisto: tem uma capa e visual sensacionais, um título chamativo e uma sinopse que promete! O livro que figurou nas listas dos mais vendidos ao longo de 2015 logo chamou minha atenção, mas algumas críticas negativas me fizeram perder um pouco da empolgação inicial com ele, tanto que demorei para tirá-lo da estante para ler, mas enfim o fiz.
O Demonologista é narrado em primeira pessoa pelo seu protagonista, David Ullman, um renomado professor da Universidade de Columbia, especializado na figura literária do Diabo, principalmente na obra-prima de John Milton, Paraíso Perdido. Embora seja um especialista em assuntos relacionados ao demônio, David é um ateu convicto e no máximo encara o Anjo Caído como apenas mais um ser mitológico. Em meio a uma crise em seu casamento, ele aceita a proposta de trabalhar em Veneza na Itália, onde testemunha um estranho fenômeno sobrenatural. Ainda abalado com a experiência, David começa a ter outro motivo, agora de cunho pessoal para mudar suas convicções sobre o Diabo. O que seria apenas uma boa desculpa para tirar férias com sua filha de 12 anos e afastá-lo do ambiente de crise conjugal, acaba se transformando num pesadelo. Sua filha desaparece em Veneza e é dada como morta, mas David se recusa a acreditar nisto e parte numa jornada, decifrando possíveis pistas deixadas pelo demônio, para reencontrá-la.
Grande parte da decepção com o livro ou vem da alta expectativa criada em torno dele, ou de uma análise mais crítica das motivações que conduzem Ullman em sua jornada. Não há nele os elementos que tornaram clássicos outras obras de terror nessa vertente, tais como os rituais de exorcismo, pactos, e afins e o suspense criado não consegue ser realmente enervante e transparecer a urgência necessária. A figura do Diabo aqui é apenas sugerida, não é palpável, podendo ser interpretada como a materialização dos próprios medos e da angústia e melancolia experimentados pelo protagonista indo de encontro com o seu lado mais racional e cético. As pistas que o conduziram por uma longa jornada de carro por boa parte das rodovias norte-americanas me pareceram ou convenientes demais em certos momentos, ou totalmente aleatórias em outros. David Ullman me pareceu apenas uma marionete nas mãos do autor (ou seria do demônio?) sendo levado daqui para ali e não conseguiu me cativar verdadeiramente. Até os coadjuvantes Elaine O'Briaen e o homem conhecido como O Perseguidor foram de certo modo mais empáticos que ele.
Mas nem todo paraíso está perdido! Se levarmos em conta que a trama de Pyper é um pretexto para discutirmos a própria humanidade e como ela enxerga a si mesma diante do sobrenatural, aí sim o livro ganha um pouco mais de crédito. De fato a narrativa é permeada de fluxos de pensamento do protagonista e eles invariavelmente nos fazem pensar em nossa própria condição humana. Solidão, razão, loucura, a eterna luta dicotômica entre o bem e o mal são alguns dos temas abordados. As perspectivas e interpretações feitas com base nos acontecimentos estranhos e na literatura clássica e bíblica rendem ótimos pontos de partida para uma reflexão mais aprofundada e filosófica.
Do ponto de vista gráfico vale ressaltar todo o capricho da DarkSide Books com esta edição. Além de uma capa-dura texturizada, que remete a um livro antigo com detalhes em costura, e um marcador de fita de cetim, internamente o livro ainda traz uma ótima diagramação com ilustrações de Gustave Doré, ilustrador francês de diversos clássicos como A Divina Comédia e do próprio Paraíso Perdido. Há também diversas notas da tradutora, Cláudia Guimarães, quase sempre voltadas a elucidar especificidades da cultura americana. O livro só pecou na revisão, que deixou passar alguns erros de digitação num dos capítulos finais. Há também um excelente posfácio comentando a vida e a obra de John Milton, que inspiraram boa parte da temática d’O Demonologista. Um dos grandes feitos deste livro é justamente despertar a atenção e a curiosidade do leitor para o clássico poema épico Paraíso Perdido.
O Demonologista não é um livro assustador e tampouco é tão carregado de elementos sobrenaturais e demoníacos como sugere sua capa, sinopse e título. Sua trama se concentra mais no drama e conflitos psicológicos do protagonista, cuja razão é posta a prova em sua jornada em busca de sua filha perdida e, porque não dizer, de reencontro consigo mesmo e com a fé. Como pontos positivos destaco ainda a prosa fluída do autor, as referências ao poema de Milton e a forma como trechos do mesmo serviram para interpretar alguns dos acontecimentos narrados com David Ullman. Indicaria O Demonologista para quem busca por um suspense leve e uma leitura rápida e casual.



Lançamento: Guerreiro das Estradas

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A Editora Jambô não para. Em abril anunciamos aqui olançamento de três livros-jogos e mostramos um pouco do que estava por vir com os quadrinhos Rat Queens e Lizzie Bordello e as Piratas do Espaço Vol. II. De lá pra cá já tivemos outros lançamentos - que esquecemos de divulgar - como a incrível estatueta de luxo do icônico vilãoMestre Arsenal  o livro Só Aventuras Vol. 4da linha Tormenta e os quadrinhos de Brigada Ligeira Estelar no Social Comics (desse nós falamos).
Agora é a vez de mais um livro-jogo chegar levantando poeira e levando você através de uma louca corrida em um futuro pós-apocalíptico no melhor estilo Mad-Max.  Se você não sabe o que é um livro-jogo - algo que duvido caso já conheça o trabalho da editora - você pode conferir nossa postagem especial sobre o gênero/formato e se inteirar sobre o assunto. Mas em resumo: Parte história, parte jogo, este é um tipo diferente de livro — aqui, você é o herói! Você precisa apenas de um lápis, uma borracha e dois dados para embarcar nesta fantástica aventura.
E agora que tal conhecer mais sobre Guerreiro das Estradas?


No futuro, só existe fogo e sangue. O que sobrou da humanidade sobrevive em pequenas comunidades que se agarram à vida com todas as suas forças. E para salvar a cidade de Nova Esperança, é preciso que um herói atravesse o deserto cheio de perigos para buscar suprimentos e combustível. E esse herói é você!Guerreiro das Estradas, um dos lançamentos da Jambô Editora para este mês, o 17º título da série Fighting Fantasy. O livro-jogo leva o leitor para um cenário futurista pós-apocalíptico sem lei, com nômades selvagens e violentas corridas em carros preparados para combate!
Neste livro-jogo, além do leitor conduzir a história como o corajoso piloto, ele também encontra regras para manter e usar o seu veículo turbinado e mortal durante sua missão vital.
Um título empolgante e emocionante, Guerreiro das Estradas foi escrito tendo a série de filmes Mad Max como inspiração, levando os fãs de livros-jogos a um mundo que ficou louco e perigoso e onde cada dia pode ser um glorioso dia para se morrer!
Guerreiro das Estradas tem 192 páginas (formato 11 x 17 cm, preto e branco), capa exclusiva de Rodney Buchemi, que já fez trabalhos para as editora Marvel e a DC Comics, e Giovanna Guimarães Para mais informações, inclusive onde comprar com preço promocional, visite a página da editora: http://jamboeditora.com.br/produto/guerreiro-das-estradas/.


E aí, curtiu? Aproveita que a temática tá em destaque e assiste aos filmes do Mad Max e acompanha a nova HQ da Corrida Maluca que está saindo pela DC pra entrar no clima da aventura. Prepare o seu possante, corra como o vento e faça seus adversários testemunharem a sua glória cromada e brilhante!

Rat Queens Vol. 1: Pancadaria & Feitiçaria

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Elas são um grupo de aventureiras matadoras, beberronas e mercenárias, e seu negócio é trucidar todas as criaturas dos deuses em troca de grana. Conheça Hannah, a elfa maga rockabilly; Violet, a anã guerreira hipster; Dee, a humana clériga ateia; e Betty, a miúça ladra hippie.
Suas aventuras são um épico de estilo moderno, dentro do gênero tradicional de matança violenta de monstros como se Buffy encontrasse Tank Girl em um mundo de RPG Mas pra lá de chapada!
Este álbum de colecionador reúne as edições 1 a 5 de Rat Queens, originalmente publicadas nos Estados Unidos pela Image.


Título: Rat Queens Vol. 1 — Pancadaria & Feitiçaria
Roteiro: Kurtis J. Wiebe / Arte: Roc Upchurch
Tradutor: Gustavo Brauner
Editora: Image Comics / Jambô
Páginas: 128
Acabamento: 18,5 x 27,5 cm, capa dura, colorido

Fugindo do óbvio e convencional, a editora Jambô vem aos poucos expandindo a sua linha de quadrinhos e nos brindado com trabalhos excelentes, tanto de autores nacionais já consagrados da casa, quanto HQs estrangeiras, como ICH dos argentinos Luciano Saracino e Ariel Olivetti e mais recentemente a norte-americana Rat Queens da dupla Kurtis J. Wiebe e Roc Upchurch.
Ambientada num típico universo de fantasia medieval mas com uma proposta e abordagem ligeiramente mais radical, Rat Queens traz como grande diferencial o protagonismo feminino. Na história, Rat Queens é o nome dum grupo de aventureiros e mercenários arquetípico que poderia tranquilamente fazer parte de qualquer outro mundo de fantasia. Temos nele um clérigo curandeiro, um mago elfo, um gnomo/hobbit/halfling ladino e um guerreiro anão, com o porém de que os seus quatro membros são mulheres. Respectivamente Dee, Hanna, Betty e Violet, quatro amigas que não dispensam uma boa briga na taverna após uma noite inteira de bebedeiras!
Elas residem na cidade de Paliçada, e devido ao seu comportamento e à crescente insatisfação da população local com o mesmo, recebem uma missão do capitão da guarda da cidade, juntamente com outros grupos de mercenários a fim de mantê-los todos ocupados e afastados, pelo menos por algum tempo. Durante a missão as Rat Queens são emboscadas e descobrem que foram vítimas de uma armadilha para matá-las. O que era para ser uma missão simples a princípio, afugentar alguns míseros orcs, se mostra parte de uma ameaça muito maior e caberá a elas descobrir quem está por trás deste plano.
Na trama que vai muito além da pancadaria e feitiçaria, as personagens tem a sua individualidade e personalidades trabalhadas e exploradas no roteiro ágil e divertidíssimo de Kurtis J. Wiebe. Cada uma delas possui seus próprios conflitos e dilemas alternados com uma linguagem solta, com direito a um vasto repertório de palavrões. Alguns dos esterótipos típicos dos grupos e raças de fantasia estão presentes mas apresentam subversões criativas, tais como uma clériga ateia e uma anã que detesta cerveja, mas as Rat Queens estão longe de ser uma simples versão feminina de personagens masculinos famosos. Suas personalidades e passado tem mais nuances do que pode captamos a princípio e o roteirista se vale disto para abordar no subtexto da HQ temas como o uso recreativo de drogas, a liberdade sexual e religiosa e claro, o papel feminino na sociedade.
A arte é outro ponto forte em Rat Queens! Roc Upchurch dá vida a tudo isto com traços agressivos e dinâmicos com muita autenticidade que não poupam o leitor de brutalidade e vísceras expostas. O design adotado para as protagonistas reflete a variedade tanto das raças de fantasia às quais pertencem quanto as suas próprias personalidades. Não há os excessos tão comuns em outras heroínas como os trajes sumários, as curvas irreais e as poses extravagantemente sexualizadas. As cenas de luta empolgam e sobram momentos do mais puro e simples badass!

Com tradução de Gustavo Brauner, que no que creio ser uma licença poética fez Betty citar o radialista Silvio Luiz, a edição nacional possui acabamento de luxo, com capa-dura e papel couche de alta qualidade. Não notei erros de revisão ou diagramação mas senti falta de extras. A edição traz apenas as capas das edições originais de banca da Image entre os capítulos e pin-ups de apresentação das personagens no início.
Aqueles que confundem Rat Queens com uma tentativa oportunista de angariar leitores pelo seu forte tom feminista muito provavelmente vão perder uma excelente série, que ao contrário, tem tudo para agradar aos amantes da verdadeira fantasia, independentemente do gênero.

A Morte do Capitão América

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Ele foi um herói para milhões de pessoas. Uma inspiração para as forças armadas norte-americanas e personificação dos maiores ideais de sua nação. Ele viveu por seu país – e agora, alvejado a sangue frio, deu sua contribuição final à terra que tanto amou. A morte do herói tem sérias consequências. Falcão, seu parceiro de toda a vida, faz da vingança sua prioridade. Sharon Carter, prisioneira dos capangas de Caveira Vermelha, encontra-se fora de controle. E Bucky Barnes, mais conhecido como Soldado Invernal, precisa se reconciliar com seu passado sórdido, a fim de encarar uma missão que mudará sua vida. Testemunhe a monumental releitura do mito do Capitão América nesta incrível adaptação trazida ao Brasil com exclusividade pela Novo Século.
Título: A Morte do Capitão América
Editora: Novo Século - Série Marvel #11
Autor: Larry Hama
Número de páginas: 352

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Na Série Marvel publicada pela editora Novo Século existem dois tipos de histórias: as originais e as adaptadas. As originais aproveitam de personagens e conceitos para trazer novas histórias para o público seja leitor de quadrinhos ou não. Já as adaptadas como Guerras Secretas e o vindouro Wolverine: Arma X, tem a missão de adaptar arcos inteiros de histórias e entregar um produto final com qualidade no mínimo equivalente ao original. Existem muitos arcos que durante todos esses anos de editora que dariam bons livros, a sequência direta de Guerra Civil - A Morte do Capitão América -é com certeza um deles.
Ao longo de quase sete décadas - contanto o período da guerra e pós seu descongelamento - Steve Rogers lutou para defender os mais elevados ideais de seu país, nem que para isso tivesse de ir contra o próprio governo. Imbuído desse sentimento, ele se lançou numa guerra inglória contra outros heróis - e perdeu. Uma derrota que lhe custou muito mais que o respeito do povo americano e a certeza sobre seus atos e responsabilidades. Uma derrota que lhe custou a vida, pondo um fim à incessante batalha do homem que era a personificação do chamado 'sonho americano'.O simbolo. O herói entre o heróis. O mais admirado e respeitado. Steve Rogers fora baleado enquanto se dirigia ao julgamento pelos atos na Guerra Civil e não resistira aos ferimentos...
Enquanto o herói cai, antigos inimigos aproveitam a brecha para implantar um engenhoso plano de aquisição de influência e poder. Alexander Lukin/Caveira Vermelha avança em direção ao controle com ações por baixo dos panos, aproveitando a o caos social e a crescente escala de terror entre o povo americano. Abalados e desestruturados, os aliados mais próximos do Capitão precisam encarar os fatos, se preparar para a batalha que está por vir. E não há muito tempo...
Sharon Carter, ex-namorada de Steve Rogers, é atormentada pela descoberta do seu papel na morte do herói e luta contra a culpa para se manter firme e punir os responsáveis pela trama, embora o controle da sua mente não seja plenamente seu no momento. James "Soldado Invernal" Barnes, outrora conhecido pela alcunha de Bucky tenta aproveitar a liberdade lhe garantida pelo velho amigo para vingá-lo, algo que talvez Steve não aprovaria. Sam Wilson, o Falcão, e Natasha Romanova, a Viúva Negra, precisam garantir que as coisas aconteçam dentro das leis e que ninguém se perca no processo de vingança. Com  a morte de Steve, Tony Stark - o atual diretor da S.H.I.E.L.D. - faz de tudo para preservar a memoria do amigo e declara que o Governo Americano não terá um novo Capitão América. Todavia, talvez não seja esse o último desejo de Steve Rogers.

A Morte do Capitão Américaé a adaptação literária da saga A Morte do Sonho escrita por Ed Brubaker e ilustrada por Steve Epting em 2007 e narra o desenrolar dos acontecimentos que seguem a morte do herói simbolo americano. Mesmo sendo um arco de história que lida com as consequências do envolvimento do Capitão nos eventos da Guerra Civil, pode-se ler este volume sem ter passado pela minissérie sem problemas. Claro, uma leitura prévia faz você pegar várias referências. Como bem dito anteriormente, adaptar a trama de um Quadrinho para prosa é com certeza uma tarefa árdua, já que o reforço visual e a continuidade, são elementos essenciais para o funcionamento da narrativa. Contudo, Larry Hama transpõe muito bem os eventos narrados na saga e nos entrega um thriller focado na investigação, nas conspirações, e no desenvolvimento dos personagens. Temos protagonistas fragilizados, beirando a linha do que é correto, lidando com a morte de não apenas um simbolo, mas uma pessoa próxima e inspiradora. A culpa e a dor são elementos tão cruciais para a trama, quanto as cenas de ação. Esta não é uma história rasa de superseres.
Com uma narrativa simples e ágil Hama aproveitou o espaço das páginas aprofundar os personagens que conduzem os pontos mais importantes da trama. Isso se reflete na divisão dos capítulos e na narração. A maior parte dos capítulos acompanha Sharon Carter, a Agente 13, e Bucky Barnes em suas investigações paralelas sobre a morte de Steve e como suas vidas são diretamente afetadas por essa busca. Outros personagens fazem parte da trama, é claro, mas não recebem tanta projeção ou o foco da trama se perderia pois cabe a dupla os papeis de maior importância na trama. Ainda sobre a organização dos capítulos, além do que já foi dito existem também interlúdios durante todo o livro que comumente apresentam o ponto de vista dos vilões, acrescentando informações e desenvolvendo mais a trama sem dar voltas.
Como alguém que conferiu a saga original posso dizer que A Morte do Capitão América não deixa nada a dever para o material base, e arrisco dizer que Larry Hama consegue deixar no leitor a vontade de conferir o que ocorreu antes e depois da obra (e olha, não seria nada mal termos mais Brubacker adaptado em novelização). Evidentemente que para chegar ao formato de livro a saga passou por algumas mudanças, mas elas são perceptíveis apenas para aqueles que leram os quadrinhos e não irá afetar em nada a experiência de quem vir a ler.
No interior do livro temos ilustrações - capas das edições e momentos chave que compõem a saga original - em alguns capítulos e páginas importantes para a trama. Todo a projeto gráfico do livro ficou muito bacana, capa e diagramação, e quase não há defeitos a se apontar na revisão e tradução.
A história narrada no livro é não somente um bom thriller de ação com super heróis, como também ela é envolvente e o desenvolvimento de cada personagem, principalmente do Bucky, é primoroso. O arco sintetiza bem aquilo que o Capitão América simboliza numa história bem construída e desconstrói a visão quadrada que se tem sobre o personagem. Sem dúvida nenhuma, uma amostra que existem boas histórias de super-heróis a serem contadas. .


Multiverso X EP.:05a - Um podcast sobre podcast?

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A tripulação da Interlúdio - o Capitão Ace Barros, o navegador Airechu, a assistente de bordo Hall-e - se uniu ao convidado Julio Barcellos para falar sobre podcast!
Um cast sobre podcast? Na verdade, dois. A gravação foi tão extensa que decidimos dividir o episódio em partes A e B.
Nesta primeira parte conheça um pouco da história do Podcast e quais elementos fazem da mídia algo tão atrativo. Ouça e descubra quem foi o VJ responsável pela origem do podcast, qual foi o primeiro podcast do brasil e onde entra o Maestro Billy nessa história! Acompanhe-nos, estimado explorador de universos!
COMENTADO DURANTE O PROGRAMA:

Texto: O que é Podcast? - História da Mídia
Livro: Podcast: Guia Básico - Marsupial Editora (Léo Lopes)
Livro: Reflexões Sobre o Podcast - Marsupial Editora (org. Lúcio Luiz)
Podcast: Digital Minds
Podcast: Rapaduracast - Cinema Com Rapadura
Podcast: Nerdcast - Jovem Nerd
Podcast: Argcast - Dínamo Studios

Podcast: Escriba Café
Podcast: MRG - Matando Robôs Gigantes

Podcast: 99 Vidas
Podcast: Rádiofobia
Podcast: MdM - Melhores do Mundo

Curso: Workshop de Produção de Podcast - Online

DURAÇÃO: 1 h 00 min 15 seg

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Multiverso X EP.:05b - Indicando Podcasts

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A tripulação da Interlúdio - o Capitão Ace Barros, o navegador Airechu, a assistente de bordo Hall-e - se uniu ao convidado Julio Barcellos para falar sobre podcast!
Um cast sobre podcast? Na verdade, dois. A gravação foi tão extensa que decidimos dividir o episódio em partes A e B.
Nesta segunda parte indicamos alguns podcasts que fazem parte constante de nossas playlists. Ouça e encontre jogos, ciências, filosofia, direito, cinema, séries, mistérios da humanidade e muito mais! Acompanhe-nos, estimado explorador de universos!

Ouça também a parte A: Multiverso X EP.:05a - Um podcast sobre podcast?

CITADOS DURANTE O PROGRAMA:

Podcast: Alô Ténica
Podcast: Rádiofobia
Curso: Workshop de Produção de Podcast - Online
Podcast: Liga o Rádio
Podcast: 99 Vidas
Podcast: Escriba Café
Podcast: Rapaduracast - Cinema Com Rapadura

Podcast: Canal 42
Podcast: O Melhor Podcast do Brasil

Podcast: Reloading
Podcast: Iradex
Podcast: Scicast
Youtube: Manual do Mundo 
Podcast: Salvo Melhor Juízo
Podcast: Anticast
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Podcast: Mundo Freak Confidencial
Podcast: Filosofia POP
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Podcast: MdM - Melhores do Mundo

DURAÇÃO: 1 h 11 min 02 seg

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O Grande Gatsby

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Obra-prima de F. Scott Fitzgerald, este clássico do século XX retrata a alta sociedade de Nova York na década de 1920, com sua riqueza sem precedentes, festas nababescas e o encanto das melindrosas ao som do jazz. O sol em ascensão desse universo cintilante e musical é o enigmático milionário Jay Gatsby, ao redor do qual orbitam três casais glamorosos e desencontrados, numa trama densa, repleta de intrigas, paixões e conflitos que precipitam o trágico eclipse. Recriação soberba de um dos períodos mais prósperos da história dos Estados Unidos, O grande Gatsby é uma crítica mordaz à insensibilidade e imoralidade revestidas de ouro da chamada Era do Jazz, e um dos melhores romances — talvez o melhor — já escritos nesse país.
Título: O Grande Gatsby
Editora: Geração
Autor: F. Scott Fitzgerald
Número de páginas: 204


Há tempos queria ler algo dos autores clássicos da “Geração Perdida” norte-americana. O termo originalmente atribuído à escritora Gertrude Stein e popularizado por Ernest Hermingway designa a geração que viveu durante a infância e adolescência sob o jugo da Primeira Guerra Mundial e chegou à vida adulta durante a euforia econômica dos Loucos Anos Vinte até a Grande Depressão desencadeada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929. Entre os membros mais notórios, que formaram uma espécie de grupo de celebridades literárias americanas, mas que também viveram em Paris e em outras partes da Europa, incluem-se nomes como Ezra Pound, F. Scott Fitzgerald, Vladimir Nabokov, Sherwood Anderson, Willian Falkner, Waldo Peirce, John Dos Passos, T. S. Eliot e o próprio Ernest Hemingway. Com isso em mente, resolvi começar com aquele que provavelmente é o romance mais popular daquela época e geração, O Grande Gatsby de F. Scott Fitzgerald.
O livro é narrado a partir da perspectiva de Nick Carraway, um corretor de ações recém chegado à Long Island e uma figura comum e sem muitas posses, cercado pela alta sociedade. À medida em que escreve o seu livro sobre a história do seu vizinho Jay Gatsby, Nick nos reporta num texto não linear, o que viu acontecer à sua volta enquanto ali residiu, naquele verão de 1922, de forma relativamente neutra e livre de julgamentos. Com ele nos maravilhamos com a grandiosidade e o exagero daquele mundo que aos poucos também vemos desmoronar como um castelo de cartas, expondo a fragilidade, a mesquinhez e o mau caratismo de relações construídas por pura conveniência.
Gatsby, a figura central e trágica deste romance, é um homem extremamente rico, com passado e ofício cercados de mistérios e boatos e, a princípio, só é conhecido por Nick pela sua fama e pelas imensas e luxuosas festas que organiza em sua propriedade, frequentada por boa parte dos expoentes da elite nova-iorquina. A narrativa ganha força e se intensifica quando Gatsby procura Nick motivado pelo interesse amoroso que nutre por sua prima Dayse, casada com o milionário Tom Buchanan. A partir daí começamos a desvendar os mistérios que cercam o passado de Gatsby e as intricadas relações entre todos estes personagens.
Muito do valor desta obra está no retrato fiel que faz da alta sociedade americana na década de 1920, com sua riqueza nababesca e festas suntuosas regadas a jazz, mas sem dispensar uma visão crítica e aprofundada da mesma, ao expor também a insensibilidade, a imoralidade e a crueldade presentes em seu âmago. Após o caos da Primeira Guerra Mundial, a sociedade americana vive um nível de prosperidade econômica sem precedentes. Na mesma época, a proibição da produção e do consumo de bebidas alcoólicas ocasiona um aumento do crime organizado e favorece o surgimento de um grande número de novos milionários que enriquecem à margem da lei.
Por toda a sua fortuna e exageros, Gatsby é a própria personificação do sonho americano, mas também é o perfeito exemplo de um “self made man”, expressão do capitalismo que corresponde ao homem que galgou o sucesso por si mesmo, através de esforço e dedicação próprios. Imerso em aspirações grandiosas, o personagem nos surpreende pela sua paixão obstinada, sendo impossível não se deixar cativar por alguém determinado a construir toda uma outra e nova vida por amor.
Tendo entrado em domínio público recentemente, o clássico gerou um acalorado debate acerca das novas traduções encomendas às vésperas do lançamento da mais recente adaptação para os cinemas. O Grande Gatsby possui cinco adaptações cinematográficas e conta com oito traduções diferentes para o português brasileiro. A edição que li é da Geração Editorial e foi traduzida por Humberto Guedes, também responsável pela edição de 2004 da L&PM, onde é creditado como William Lagos. Além destas, há ainda a de 1953, assinada por Brenno Silveira (Record), a de 2003, por Roberto Muggiati (também pela Record), a de Vanessa Barbara (Penguim Cia das Letras), a de Alice Klesck (Leya), a de Cristina Cupertino (Tordesilhas), e a de Vera Sílvia Camargo Guarnieri (Landmark). A edição da Geração possui capa-dura, um texto de apresentação do autor e jornalista Ruy Castro e ainda traz em seu miolo uma galeria de fotos do casal Fitzgerald e Zelda e dos atores que deram vida aos personagens no cinema.
Por fim, reafirmo que minha primeira experiência com um autor da geração perdida não poderia ter sido mais gratificante! Gatsby é muito mais do que uma simples história de casais riquinhos e adúlteros. Tanto o início quanto o final do livro trazem reflexões marcantes feitas pelo narrador e poucos são tão harmoniosamente bem amarrados e densos em significados em suas minúcias quanto Gatsby. Por meio de um texto brilhante e poético, com sua complexidade disfarçada por uma aparente simplicidade, foi uma leitura capaz de me proporcionar imenso prazer. O Grande Gatsby é uma ótima porta de entrada para a literatura clássica norte-americana, é uma leitura leve e rápida, e prato cheio para quem tem curiosidade para conhecer um pouco mais de uma das épocas mais intensas e efervescentes da História mundial recente.


Financiamento Coletivo: Karts

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Comande uma criatura fantástica e pise fundo neste jogo de tabuleiro estratégico com muita trapaça!
Titulo: Karts
Produtora: Independente
Criação e Arte: Hendric Sueitt
Tipo: Board Game - Table Top 


Jogos de tabuleiro de corrida estão entre os mais populares e tradicionais de todos. Alguns deles são simples jornadas do ponto A ao B, mas outros encartam o espírito truede uma corrida automobilística, ainda que estilizado. É praticamente inegável que juntando dois elementos que o brasileiro ama - velocidade e competitividade - você terá partidas animadas e bem divertidas, mas e se você adicionar trapaça nessa mistura explosiva?  Vários jogos do videogame como Mario Kart, e desenhos como Corrida Maluca, utilizam desse Kit para temperar essa disputa. Em Karts não será diferente...
Karts é um jogo de tabuleiro de corrida para 2 a 6 jogadores - criado por Hendric Sueitt - onde você e seus amigos irão pilotar seus karts controlando criaturas únicas e utilizando suas habilidades especiais para atrapalhar, confundir, ou levar vantagem sobre seus adversários, podendo lançar gosmas, bolas de gelo, clones, bater, derrapar ou quem sabe laçar seus oponentes com seus intestinos...
As partidas também contam com cartas de eventos, que são liberadas a medida que cristais são coletados e gastos. Quando ativados os eventos podem iniciar catástrofes naturais, invasões de criaturas, ou até mesmo causar a queda de um meteorito entre os corredores.
O jogo é baseado em uma mecânica de pontos de ação e movimentação direcionada por uma pista hexagonal. Os jogadores podem gastar seus pontos de combustível para se mover e bater nos outros corredores podendo com isso roubar cristais ou até mesmo jogá-los para fora da pista.
Também é possível se movimentar de ré gastando com isso mais combustível ou pegar vácuo dos outros corredores, conseguindo assim uma pequena vantagem.



Este financiamento tem como objetivo viabilizar a produção deste jogo com uma alta qualidade de componentes, para isso conto com o apoio da gráfica Ludens Spirit, que já possui grande experiência na área e participou em outras produções nacionais recentes como o já resenhado aqui Quissama.
Caso a campanha seja bem sucedida, todos os apoiadores a partir do nível de apoio “Corredor de elite” receberão:

6 Cartas de personagens e suas respectivas peças em acrílico:
Papua, Fulgurus, Salazar, Nívoro, Entenstein e Haro + 17 tokens.
1 Pista temática (deserto) .
8 Cartas de eventos + 15 tokens
18 Tokens de cristais.
1 Manual de regras.
1 Dado de 6 faces.
e 1 Caixa para tudo na escuridão aprisionar.

O projeto do jogo Karts entrou em financiamento coletivo pelo Catarse (https://www.catarse.me/karts) no dia 29 de Junho para arrecadar através dos apoios dos gamers e entusiastas a meta de 36 mil reais para sair do papel (ou entrar, dependendo do ponto de vista). O melhor de tudo na verdade é a postura do Hendric: o manual assim como todos os personagens, pistas e eventos já estão disponíveis de forma gratuita na página do facebook e continuarão independente do resultado deste financiamento. Dessa forma você poderá testar o jogo, mas duvido que você queira ficar com o jogo homemade apenas. Aproveita que a campanha irá durar mais 44 dias (contando da data de publicação dessa postagem)! 
Para quem ficou interessado, a campanha possui tipos diferentes de apoios, com valores diferenciados para atender a jogadores, colecionadores e lojistas. Você pode conferir o vídeo abaixo feito pelo pessoal do Covil dos Jogos e ver com o jogo funciona na prática. Não esqueça de conferir a página do projeto para descobrir mais informações sobre o jogo: quais exatamente são as recompensas, detalhes sobre como jogar, quais são os extras, os recursos adicionais, etc.
É importante salientar que o frete não está incluso nos valores indicados em cada nível de apoio e deverá ser feito após o término da campanha no valor fixo de R$20,00 através de um depósito. Porém, como uma forma muito mais justa de recompensar o seu apoio, se superarmos a última meta todas as cópias enviadas terão frete grátis.
Apoie, divulgue e ajude seu piloto a vencer essa corrida intergalática em Karts!



A Herança Africana no Brasil

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A presença de elementos africanos tem enriquecido a sociedade brasileira por séculos. Mas essa é também uma história de trabalho e sofrimento, perseguição e superação. Nesta HQ inédita, conhecemos os princípios da escravidão no Brasil, suas várias etapas, as lutas pela libertação, e a maneira como a influência africana ajudou a formar a cultura, a religiosidade, o cotidiano e o próprio povo brasileiro.



Título: A Herança Africana no Brasil
Roteiro: Daniel Esteves
Arte: Wanderson de Souza - Cores: Wagner de Souza
Editora: Nemo
Número de páginas: 64


Um assunto de tamanha importância, intrínseco a nossa realidade, mas muita vezes deixado de lado pelo julgamento do saber. Em uma época em que a valorização da negritude ainda é possível notar como não enxergamos essa participação na construção do nosso povo, nossa cultura. Obras como essa ainda são necessárias para a cada dia mais nos educarmos e passar essa educação adiante. 
A HQ A Herança Africana no Brasil traz uma narrativa sequencial dividida em quatro partes, cada uma delas dando continuidade ao dialogo entre avó e neta. nos tempos atuais, sobre a sua ancestralidade e E daquele terreiro de Candombé em Salvador, somos levados até uma Angola de 1650. Um Som Distante apresenta Olaitan, um negro retirado de sua terra e separado de sua família para ser traficado pelos portugueses por meio do navio negreiro. Aqui aprendemos mais sobre o inicio de tudo, da intensificação das disputas tribais na Africa, a venda dos "perdedores" para os Portugueses, o transporte, a quebra de identidade, até o trabalho escravo e a vida nas senzalas.
Em Ginga do Ouro, acompanhamos a jornada de Sebastião, escravo levado da Bahia para Minas Gerais no auge da mineração e que não perde a esperança de conseguir comprar sua alforria. Nesse capítulo vemos mais sobre a escravatura e seus níveis - sim, existiam níveis e diferenciações (embora tudo fosse uma merda só) - ainda alguns detalhes de como funcionavam os quilombos ,onde os negros que conseguiam fugir se misturavam aos índios e brancos pobres, e também sobre o surgimento da capoeira.
Sabores Presentes tem como pano de fundo a história de Dadá no período pré-abolição, e aproveita para representar a maneira como os costumes africanos ajudaram a formar a cultura e a religiosidade do povo brasileiro. O candomblé, a umbanda e o catolicismo, o maracatu e o samba, a migração dos negros para as áreas periféricas, morros e cortiços são alguns dos temas presentes no capítulo. Por fim, em Por Onde Passamos, reforça-se no dialogo entre avó e neta a forma como a ancestralidade, a nossa origem, o nosso passado não deve ser esquecido se buscamos entender quem somos e para evitar que grandes erros se repitam.
Embora possua um tom um tanto quanto didático em sua narrativa, o roteiro de Daniel Esteves consegue expressar toda a profundidade necessária para a discussão sem torná-la de difícil acesso para os leitores mais jovens. A arte de Wanderson de Sousa e as cores de Wagner de Souza são fundamentais para manter esse clima lúdico e de ensinamento, mas ao mesmo tempo traduzir em imagens toda a dor e drama ali presente. 
Essa junção garante ao leitor uma passagem por fatos históricos de maneira dinâmica, porém bastante envolvente. Não há aqui uma aula engessada de história, ou uma tentativa de "empurrar discursos de minoria" como alguns podem tentar diminuir, mas uma contextualização da história e situação do negro no Brasil que serve de reflexão para os problemas e debates ainda tão atuais e pertinentes. 
A qualidade do material também é inegável. Mesmo na versão digital a qual tive contato pelo Social Comics todo o detalhamento e zelo por parte da Nemo. A editora fez uma aposta certeira ao criar a série histórica a qual pertence essa a HQ e mostrar mais uma vez que os quadrinhos são uma mídia tão importante quanto a literatura quando se pretende ser informativo.
A Herança Africana no Brasil é uma obra ideal para jovens em idade escolar - e ao meu ver deveria ser introduzida nas escolar - mas que com certeza recomendo para jovens, adultos e todo aquele que não tem vergonha de aprender e crescer.


Foras da lei barulhentos, bolhas raivosas...

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O título é de perder o fôlego: "Foras da lei barulhentos, bolhas raivosas e algumas outras coisas que não são tão sinistras, quem sabe, dependendo de como você se sente quanto a lugares que somem, celulares extraviados, seres vindos do espaço, pais que desaparecem no Peru, um homem chamado Lars Farf e outra história que não conseguimos acabar, de modo que talvez você possa quebrar esse galho".
O mesmo vale para a seleção dos autores, alguns dos mais celebrados escritores contemporâneos de língua inglesa, entre os quais Neil Gaiman, Nick Hornby, Jonathan Safran Foer, Jeanne DuPrau e Lemony Snicket. Uma compilação de onze contos, cada um ilustrado por um artista diferente, entre os quais vale destacar Barry Blitt (já criou vinte capas da revista New Yorker), Lane Smith (de A verdadeira história dos três porquinhos, de Jon Scieska), David Heatley (colaborador do jornal The New York Times) e Peter de Sève (criador dos personagens da animação "A era do gelo"). Em comum, as histórias trazem um quê de estranhamento do mundo, com inocência infantil. Os autores, reconhecidos pela qualidade literária de suas obras destinadas aos adultos, não subestimam o jovem leitor. Em tempos de literatura enlatada, isso é, sem dúvida, o que faz deste livro algo tão sinistro.

Título: Foras da lei barulhentos, bolhas raivosas e algumas outras coisas que não são tão sinistras, quem sabe, dependendo de como você se sente quanto a lugares que somem, celulares extraviados, seres vindos do espaço, pais que desaparecem no Peru, um homem chamado Lars Farf e outra história que não conseguimos acabar, de modo que talvez você possa quebrar esse galho
Editora: Cosac Naify
Autores: Lemony Snicket, Clement Freud, George Saunders, Kelly Link, James Kochalka, Jeanne Duprau, Jon Scieszka, Jonathan Safran Foer, Lemony Snicket, Neil Gaiman, Nick Hornby, Richard Kennedy, Sam Swope
Número de páginas: 224


Um livro com um título tão peculiarmente extenso e um design de capa tão chamativo dificilmente passa despercebido por qualquer leitor. “Foras da lei barulhentos…” publicado pela Cosac Naify em 2012 é uma coletânea de onze contos de autores contemporâneos de língua inglesa, alguns bem conhecidos e famosos como Neil Gaiman, Lemony Snicket e Nick Hornby e outros nem tanto, mas a maioria com um forte apelo ao público jovem.
Há sim muitos contos medianos aqui e em alguns você nem nota nada de tão especial, a maioria não tem um grande plot twist sendo mais voltados para o público infanto-juvenil, embora também possam ser apreciadas por adultos. Como toda antologia, ela é ótima para te apresentar novos autores e te faz ter contato com histórias pouco convencionais. Em suas tramas temos personagens inusitados em situações criativas quase sempre remetendo a momentos da infância, embora seja difícil traçar uma linha geral para eles. Entre os contos que mais gostei, destaco:
Monstro de Kelly Link: é ambientado num típico acampamento de verão para crianças.Elas se veem em apuros quando as especulações sobre a existência de um monstro e outras criaturas sobrenaturais nas cercanias do acampamento começam a se mostrar ser mais do que apenas boatos. Além de uma boa ambientação e uma excelente dinâmica entre os garotos, com os típicos grupos que comumente se formam naquela idade, ainda toca de maneira responsável, ainda que leve, na temática do bullying.
Grimble de Clement Freud: Grimble é um garoto com cerca de dez anos que se vê obrigado a se virar sozinho seguindo as instruções deixadas por seus pais (que viajaram para o Peru) em pequenos bilhetes espalhados por toda a casa. É o conto mais longo da coletânea e um dos mais divertidos. Vale ressaltar que ele é ambientado em 1968 e é curioso comparar como seria uma aventura infantil naquela época com a atual.
Pássaro-do-sol de Neil Gaiman: sobre o excêntrico clube Epicurista devotado a provar e documentar todos os sabores do mundo, de pratos comuns e reais aos mais bizarros e imaginários. Seus membros partem numa viagem ao Cairo em busca do exótico pássaro-do-sol, cujo sabor, especula-se, ser maravilhoso! Já conhecia este conto de um dos volumes de Coisas Frágeis, um dos meus favoritos do autor, mas foi ótimo reencontrá-lo aqui acompanhado das ilustrações inéditas de Peter de Sève.
O Sexto Distrito de Jonathan Safran Foer: conta a história de uma pequena ilha, o sexto distrito, que teria existido ao lado de Manhattan, em Nova Iorque, e o que teria acontecido com ele. Entre um dos casos narrados há o do recordista de salto em distância que conseguia pular facilmente de Manhattan ao Sexto Distrito sem tocar na água e a origem do Central Park. É o conto que encerra a coletânea e o que tem um dos finais mais emotivos de todos.
Do ponto de vista gráfico e editorial não há o que comentar! O livro conta com uma boa tradução de Heloisa Jahn, cada conto possui ilustrações próprias com estilos artísticos variados, além de trazer mini biografias dos autores e ilustradores participantes.
Outra coisa que se destaca são as pequenas brincadeiras e jogos engenhosos com o leitor ao longo do livro. Ele possui uma jacket em cuja parte posterior há o início de um conto escrito pelo organizador Lemony Snicket e deixa o convite para que o leitor o termine como bem entender. Na primeira capa uma ilustração com um monstro bizarro traz em relevo os dizeres “Me Abrace”. O extenso e verborrágico título faz um apanhado de características presentes em cada conto e passa a fazer total sentido após a conclusão da leitura dos mesmos. Há uma Dedicatória para a árvore “sacrificada” para a confecção do papel que constitui o livro, juntamente com um pedido ao leitor para que leve isto em conta e que o aproveite ao máximo. Depois temos uma Introdução com muitas pequenas “histórias chatas para um possível leitor que goste de coisas chatas”, algo que o organizador promete não aparecer nos contos que compõe a coletânea que se encerra com um jogo de Palavras-Cruzadas extremamente difíceis inspiradas nos mesmos. E assim sucessivamente...
“Foras da lei barulhentos…” certamente não é um livro para se levar a sério, não pretende ser transformador, nem criar novas tendências, mas promete divertir e entreter seu leitor como poucos com sua atmosfera moderna e despojada. De fato, ele foi pensado para isto e o faz com certo êxito. Recomendo aproveitá-lo no intervalo entre leituras mais densas, ou naqueles dias mais preguiçosos em que buscamos apenas uma leitura leve e despretensiosa para relaxar.
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